Organizações populares definem dia de luta pela soberania nacional
As entidades que compõe a Frente Brasil Popular e a Plataforma Operária e Camponesa da Energia fixaram no calendário a data de 3 de outubro como o “Dia de Luta pela da Soberania Nacional”. Em meio ao pacote de privatizações anunciado pelo governo Temer, que inclui parte da Petrobras, todo o sistema Eletrobras e até mesmo a Casa da Moeda, as entidades populares pretendem mobilizar milhares de pessoas em todo o país.
No Rio de Janeiro, onde estão sediadas a Petrobras e Eletrobras, ocorrerá o ato nacional, com uma marcha prevista no centro da capital carioca. Em outros estados, além de manifestações de rua, estão sendo construídas aulas públicas de cidadania em universidades e escolas, com a temática do “Pré-sal para a educação”.
64 anos de Petrobras
A escolha da data não foi feita sem critério. No dia 3 de outubro, a Petrobras completa 64 anos de vida. A maior estatal brasileira, e uma das maiores de petróleo do mundo, está passando por um desmonte desde o impeachment de Dilma Rousseff e a ascensão de Pedro Parente à presidência da empresa. O último anúncio foi a venda de 90% da participação da Petrobras na Transportadora Associada de Gás (TAG), responsável pelo transporte de gás natural.
Para o coordenador geral da Federação Única dos Petroleiros (FUP), o mais importante desse dia de mobilização é criar um canal de diálogo com a população sobre a importância da estatal. “Se cada cidadão soubesse o que representa o pré-sal e a Petrobras para o Brasil, todos estariam nas ruas. Precisamos criar uma grande corrente que una amplos setores sociais para lutar pela nossa soberania em relação ao petróleo, ao pré-sal e a Petrobras”.
Setor elétrico
São 47 usinas hidrelétricas, 114 termelétricas a gás natural, óleo e carvão, duas termonucleares, 69 usinas eólicas e uma usina solar, além de participação na usina binacional de Itaipu (Brasil-Paraguai) e nas usinas hidrelétricas de Xingó, Belo Monte e Santo Antônio e Jirau, ambas em Rondônia. Esse o patrimônio da Eletrobras que será vendido caso a privatização proposta por Temer se concretize. A líder do setor elétrico na América Latina emprega 17 mil funcionários.
Para tentar barrar essa entrega de patrimônio, que acarretará no aumento de pelo menos 16,7% na tarifa de energia elétrica imediatamente após a privatização, como anunciou a própria Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), a Federação Única dos Urbanitários (FNU) está preparando uma paralisação no dia 3 de outubro, que está sendo chamada de “Greve Nacional do Setor Energético”.
Com informações do site da FNU