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Privatizar a DESO é atestar incapacidade governamental

Caro amigo, caríssima amiga, povo sergipano e aos que aqui residem, há muito tempo que o SINDISAN (Sindicato dos Trabalhadores na Indústria da Purificação e Distribuição de Água e em Serviços de Esgotos do Estado de Sergipe), que é o representante legal dos trabalhadores da DESO (Companhia de Saneamento de Sergipe), denuncia o desejo dos governantes em privatizar nossa empresa, digo nossa por ser um patrimônio dos sergipanos, nos quais estou incluso. Eu, particularmente, tenho um carinho especial por essa empresa, pois trabalhei por 9 anos na mesma (2005-2013).

Infelizmente, em 09/11/2016, a imprensa nacional e local divulgou que Sergipe está entre os 18 estados brasileiros que aderiram ao programa de privatização de saneamento do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento), esse banco também confirmou a informação e que através do seu superintendente da área de desestatização, Rodolfo Torres, afirmou que a privatização pode ser adotada em vários modelos, como a chamada PPP (Parceria Público Privada) ou subconcessão.

Seja uma privatização parcial ou, pior ainda, se for total, é fato que, toda empresa privada visa prioritariamente o lucro financeiro, enquanto a pública visa o bem-estar social; sendo assim, surge um questionamento: levar água tratada as comunidades pequenas como pequenos povoados, vilarejos, sítios e outros, para saciar a sede e cuidar da saúde da população, é prejuízo ou investimento? (para reflexão).

Caro leitor, caríssima leitora, nesse sentido entendemos que a empresa privada não tem interesse de investir em pequenas comunidades e/ou em comunidades carentes, pois não terão retorno financeiro; já a pública deve atender todas as comunidades, pois é dever do Estado garantir os direitos individuais dos seus cidadãos.

Se a DESO, que é muito útil aos sergipanos em seus 47 anos, servindo a 96% dos municípios e a mais de 600 povoados, vem passando por dificuldades, a culpa é da incapacidade dos seus gestores que, ao longo dos anos, usaram politicamente e não tecnicamente, nessa politicagem, atenderam a variados pedidos eleitoreiros e colocaram muitos gestores incapacitados por serem aliados políticos, quando colocaram a empresa em dificuldade financeira.

Aí os governos federal e estadual encontram logo a solução que é privatizá-la, ou seja, assumem que são incompetentes e incapazes de encontrar soluções viáveis para sanear as finanças da mesma, tornando-a competitiva e viabilizando-a sua permanência como grande colaboradora do Estado na área social, ao invés disso, preferem tornar um pesadelo para os sergipanos, principalmente aos seus colaboradores e familiares.

Caríssimo(a)s, já vimos acontecer a venda da ENERGIPE (Empresa Energética se Sergipe) e o dinheiro da mesma serviu à corrupção política, com várias denúncias de compras de apoios políticos.

Desejamos que isso não aconteça com a DESO e as outras empresas do governo de Sergipe, pois o que precisamos é de gestores competentes e comprometidos com a ética e com o bem-estar social da população, que possam tomar decisões corretas e eliminar a ingerência política; caso contrário, será um gestor incapaz.     

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*Graduado em Matemática e História e Pós-graduado em Ensino e Pesquisa da Matemática, em Gestão de Políticas Públicas em Gênero e Raça e em Ciências Políticas.

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