O acidente que aconteceu no último sábado (09), na ponte de Pedra Branca, por onde passa a Adutora do São Francisco, que abastece de água 70% da Grande Aracaju, tudo indica, foi uma fatalidade. Mas a adutora foi construída em 1982 (já a ponte foi construída em 1932) e segundo estudos técnicos, seria preciso uma equipe permanente de manutenção para percorrer toda a linha da adutora, pois ela passa por diversos tipos de solo, pontes, tem vários tipos de sustentação etc. Com toda essa complexidade, não pode faltar uma equipe de manutenção preventiva.

E essa equipe existia (o Grupo Executivo da Adutora do São Francisco – GEASF) com 12 trabalhadores que se deslocavam de segunda a sexta, verificando as condições da adutora. Havia caminhonetes, jipes, tratores e todo tipo de material necessário para fazer a manutenção preventiva. A equipe funcionou até 1990. Ou seja, há 25 anos que ela foi desativada pela DESO, e segundo decisão da diretoria da época, por contenção de despesas, pois era preciso pagar aos trabalhadores diárias e horas extras.

O SINDISAN, por várias vezes, através do boletim Água Quente, chamou a atenção da DESO para o risco de acontecer uma tragédia ao longo da linha da adutora. Demorou, mas aconteceu no último sábado, ainda que possa ter sido provocada pela passagem de uma tropa de 42 cavalos pela ponte, como se comenta. Aliás, há que se perguntar por que uma ponte tão antiga, e ao mesmo tempo tão importante por passar uma adutora como a do São Francisco, ainda se permitia esse tipo de acesso?

Todos sabem da preocupação do SINDISAN em relação as condições de trabalho que a DESO e o Governo do Estado, que é o seu acionista majoritário, não oferecem aos trabalhadores da Companhia para se prestar um serviço de qualidade à população: são escritórios e postos de atendimentos fechados, mananciais sem qualquer política de preservação, e a famosa “economia de palito”, como no caso do corte com equipes de manutenção.

Alertamos que além da Adutora do São Francisco existem as adutoras Sertaneja, do Alto Sertão e Piautinga, que abastece diversas cidades da região Sul. Cobramos da DESO e do Governo do Estado que ofereçam aos trabalhadores as condições necessárias para exercer as suas atividades, pois conhecimento e dedicação à Companhia a maioria dos seus servidores têm, basta que se ofereça as condições para que fatos como o que aconteceu no último sábado, comprometendo o abastecimento de toda a Grande Aracaju, não venham mais a se repetir.