Crise hídrica tem criado clima de tensão para trabalhadores da DESO
A crise hídrica que vem afetando algumas cidades do interior tem causado muitos arranhões na imagem da DESO. Os problemas operacionais também têm criado um clima de extrema insegurança para os trabalhadores da Companhia. Para quem se lembra, no final do ano passado, a população de alguns povoados de Muribeca fecharam a pista de Aquidabã em direção à BR-101, em protesto contra a falta de água.
E, diariamente, nos chegam informações de companheiros dos quatro cantos do estado dando conta que a situação não está nada fácil para quem veste a camisa da DESO. Populações de Malhador, Tobias Barreto, Povoados de Brejo Grande, Simão Dias, Lagarto, praias de Estância, Poço Verde, Neópolis, Laranjeiras, Pinhão, Carira, Frei Paulo, Monte Alegre, Glória, Graccho Cardoso, Aquidabã, dentre outras localidades, têm feito protestos frequentes em rádios locais e nas redes sociais, criticando duramente a Companhia e ironizando (muitas vezes, como razão) situações de falhas graves da empresa.
Em Lagarto, por exemplo, circulou amplamente um vídeo criticando o fato de a população do município estar sofrendo com o rodízio no abastecimento de água – um dia com e dois sem – e, ao mesmo tempo, o reservatório da cidade estar transbordando por vários dias seguidos e uma enorme quantidade de água literalmente escorrendo pelo ralo.
A mesma coisa aconteceu em Tobias Barreto, onde a população enfrenta grave crise no abastecimento. Em meio a esse caos, no final de dezembro, moradores flagraram o reservatório elevado transbordando e água sendo desperdiçada. Resultado: pau na DESO a torto e a direito!
E quem sofre mais no fim das contas? Os trabalhadores da Companhia, em especial os que atuam nas lojas de atendimento e os leituristas terceirizados, que já andam com medo. Há relatos de agressões morais e até física. No dia de 7 janeiro, um cliente revoltado com a os serviços da Companhia quebrou a porta da Loja de Atendimento de Umbaúba.
O descontrole operacional está criando esse clima tenso e manchando a imagem da DESO, contribuindo com o discurso daqueles que defendem a sua privatização. Fala-se muito em crise hídrica; na verdade o que se vê é uma crise de gestão, pois sempre no Verão há escassez de chuvas e nunca se passou por uma situação igual a que se vê agora.