Farra das horas extras fabricadas continua
Existe hoje, dentro da Deso, uma verdadeira indústria de horas extras. O SINDISAN, como todos sabem, sempre foi contra as horas extras por entender que isso leva muitos companheiros e companheiras há se tornarem verdadeiros escravos delas, principalmente quando estas são fabricadas, ou seja, sem serem efetivamente trabalhadas.
O Sindicato sempre reivindicou o aumento do quadro de pessoal por contratação pelos meios legais de trabalhadores efetivos. Enquanto a DESO alega, constantemente, falta de dinheiro para poder honrar todos os compromissos com os seus contratos e com os seus trabalhadores, simplesmente toda a sua alta direção mostra extrema complacência e faz sempre vista grossa para o problema, permitindo que um pequeno grupo de funcionários privilegiados fabriquem horas. Aliás, estes trabalham em setores que, por sua natureza, jamais poderiam justificar a razão de tantas horas extras.
Mês a mês esta sangria causada pelo número absurdo e sempre crescente de pagamento de horas extras injustificadas, pagas a funcionários que não as fizeram efetivamente – portanto, são ações criminosas e dignas de apreciação do Ministério Público do Trabalho – está levando à ruína as finanças da DESO.
Primeiro, porque a Companhia tem que atender às exigências político-eleitoreiras do governo estadual e praticar uma política de arrecadação atabalhoada, abrindo mão cada vez mais de receitas e incentivando a inadimplência. Segundo, porque, infelizmente, não tem em seus quadros gestores de pulso que, sem corporativismo e com independência, tomem as rédeas da situação e determinem, com a devida autoridade, que se ponha de fato fim nesta excrescência mensal que observamos na folha de pagamento da Companhia.
Enquanto aguardamos este “Iluminado”, um miserável paradoxo mostra a sua cara todos os meses: o peão, quando excede as sua jornadas mensais de trabalho, portanto, fazendo jus à hora extra, geralmente não as recebe de maneira integral, pois o seu chefe sempre alega que existe um limite e este não deve ser ultrapassado; mas nas dependências da sede da DESO não existe este limite de horas extras e a farra corre solta.
Relatos dão conta de que até “cooper” estão fazendo no horário da tarde; e os finais de semana são animados por carros com o som de mala ligado pra passar as horas. Tudo com o devido apontamento das “exaustivas e fatigantes” horas extras fabricadas. Ser amigo dos chefes é bom demais, principalmente quando estes são coniventes com irregularidades.
O SINDISAN insiste em afirmar que só se justificam horas extras de duas maneiras: ou pela falta de pessoal ou pela falta de gerenciamento. Pelo jeito, o que prevalece na DESO é a esta última opção.