Cobrança sobre energia e água nos perímetros irrigados em discussão

O futuro dos perímetros irrigados só depende dos próprios agricultores e de uma decisão do Governo do Estado. Todos conhecem a situação de dificuldades vivida pela Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Irrigação de Sergipe. A continuar a política de tarifa zero para os agricultores dos perímetros, que não pagam pela água, nem pela energia, tampouco pela assistência técnica que recebem, tudo leva a crer que a Cohidro vai mesmo ser sacrificada pelo governo, que tem cobrado da direção redução no consumo de energia, por causa dos constantes aumentos registrados nos últimos meses.

Em matéria recente publicada num diário local, os deputados Luciano Bispo – presidente da Assembleia Legislativa – e Zezinho Guimarães, ambos do PMDB, tiveram um encontro com diretor-presidente da Cohidro, Mardoqueu Bodano, para buscar soluções para uma melhor utilização da água e da energia sem prejudicar os produtores, já que para atender à solicitação do governo, a Companhia tem interrompido o bombeamento de água aos domingos no Perímetro da Ribeira, assim como já acontece no Perímetro de Itabaiana.

Importante destacar que, na matéria, um agricultor do Perímetro da Ribeira reclama que ficará no prejuízo caso haja mesmo a interrupção do bombeamento de água aos domingos, porque ele abastece de produtos agrícolas, com quatro caminhões todos os dias, regiões de Sergipe, Bahia, Alagoas e Pernambuco e precisa irrigar suas hortaliças diariamente.

Ora, a pergunta que fica é: se esse agricultor consegue vender produtos em quatro estados, ele não está tendo lucro? E desse lucro, será que retirar uma parte para pagar pela água utilizada para irrigação seria algo demais?

Essa discussão precisa se aprofundar entre os agricultores e a própria Cohidro. Isso porque os tempos são outros e os custos com energia e água só crescem. Manter a política de tarifa zero nos perímetros pode inviabilizar a Companhia e os agricultores ficarão sem o apoio e a assistência técnica que lhes são fornecidos todos os dias pelos funcionários da Cohidro.

O deputado Luciano Bispo, muito ligado ao governador Jackson Barreto, já defende a ideia de que o Estado não pode mais fornecer energia e água de graça, e que os produtores do perímetro da Ribeira precisam se organizar.

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