Criação de frentes e campanhas são propostas para defesa de empresas e serviços públicos
A reunião virtual do Comitê Nacional em Defesa das Empresas Públicas, realizada no início da noite do último dia 22, reuniu mais de uma dezena de entidades representativas de trabalhadores em estatais. O encontro foi o segundo após o início da pandemia e teve como objetivo a apresentação de propostas para ações que deverão ocorrer no País e internacionalmente, somando esforços para a manutenção de empresas e serviços públicos para a sociedade.
Após informes sobre assuntos tratados na pauta anterior – como a ação ajuizada no STF pela Fenae e Contraf-CUT e a manifestação a ser apresentada ao presidente do STF Dias Toffoli sobre o processo de venda de refinarias da Petrobras (veja detalhes aqui), os participantes discutiram iniciativas nas áreas de comunicação, justiça e política. A criação de frentes judiciária, parlamentar, comunicacional e de mobilização, envolvendo encontros e debates com assessores e representantes desses segmentos com o comitê, além de uma agenda comum entre as entidades presentes focada exclusivamente na defesa do que é público também foram propostas.
Ainda na área de comunicação, a realização de campanha massiva pelo País para informar sobre a importância do que é público para a sociedade foi destacada, bem como a ampliação das mídias sociais. Da mesma forma, a possibilidade de se fazer uma campanha internacional de igual teor ganhou destaque com a participação de representantes de entidades como a UNI Américas e a ISP-Brasil (Internacional de Serviços Públicos).
O comitê, que foi criado no final de 2015, já promoveu atividades similares, como foi o caso da campanha “Se é Público, é para todos”, lançada em 6 de junho de 2016 na Fundição Progresso, no Rio de Janeiro, e de sua extensão internacional, ao ser adotada pelas entidades que formam a UNI Americas Finanzas, que atua na América Latina.
Para a coordenadora do comitê, Rita Serrano, as propostas são excelentes e demonstram que há união das entidades em torno da questão, especialmente num momento em que o governo brasileiro tenta acelerar os processos de privatização. “Temos urgência porque o patrimônio público está sob constante ameaça. A pandemia nos mostra claramente que serviços e empresas públicas são essenciais e que o privado é para poucos”, destacou.
Dentro dessa linha de raciocínio, outra proposta apresentada e que deverá ser adotada é a elaboração de carta de compromisso a ser assinada pelos candidatos a prefeito que concorrem às eleições neste ano, bem como um selo indicativo do posicionamento destes candidatos: se vão defender as empresas e serviços públicos ou se estão distantes dos interesses da maioria. “As eleições estão aí e a sociedade tem o direito de saber se vai continuar com um serviço municipal ou se será privatizado”, destaca a coordenadora.