O deputado estadual Francisco Gualberto, do PT, andou “viajando” nos números que saiu divulgando sobre o esgotamento sanitário de Aracaju. Ou viajou de cidade e parou em algum lugar distante, onde a cobertura de rede de esgoto está perto da universalização. Seria ótimo se fossem mesmo verdadeiros os números que ele saiu alardeando na Assembleia Legislativa como sendo da capital sergipana.

Segundo o petista, 95% de Aracaju já teria cobertura de rede de esgoto. Não é verdade.
Esse número só se verificaria se fosse em relação ao acesso à água tratada. E, neste caso, a cobertura é ainda maior, chegando a 99,1%, de acordo com números recentes divulgados pelo Instituto Trata Brasil, baseados em dados de 2011, do Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (SNIS) do Ministério das Cidades. Entre 100 cidades brasileiras, Aracaju é 68ª colocada. A primeira é Uberlândia (MG), com 98.97% de oferta de água tratada.

Em se tratando de coleta e tratamento de esgotos, segundo os mesmos dados do SNIS, Aracaju está longe de alcançar metas de universalização, ainda que a DESO , com os seus trabalhadores, venha realizando obras importantes nos últimos anos. A capital sergipana só tem 35,89% de rede de esgotamento sanitário e trata os mesmos 35,89% do esgoto gerado antes de ser lançado nos rios e no mar. A mesma Uberlândia tem 97% de cobertura de esgotamento sanitário e trata 79,07% do esgoto gerado.

Para verificar in loco a realidade contrastante dos números alardeados pelo deputado, basta dar uma volta pela periferia de Aracaju para descobrir que muitas comunidades ainda vivem sem acesso a rede de esgotos. E quando tem, o tratamento desse esgoto ainda é precário. Aliás, nem precisa ir à periferia. Basta um passeio pelo Calçadão da 13 de Julho e sentir o “aroma refrescante” do esgoto in natura que é despejado todos os dias por ali pelo Canal do Tramandaí. Vai ver, nem pela 13 de Julho o deputado tem andado.