Direção do SINDISAN se reúne com o governador para tratar da DESO
A direção do SINDISAN, acompanhada do deputado federal João Daniel (PT) e do economista Luís Moura, do Dieese, reuniu-se, na última quinta-feira (11), com o governador Belivaldo Chagas, para tratar de pautas de interesse dos trabalhadores da DESO e a defesa da empresa como pública, diante da entrevista, dada recentemente pelo governador, em uma rádio local, na qual colocou que poderia vir a “arrendar” a DESO por 20 anos ou recolocar a Companhia no programa de desestatização do BNDES.
Além do presidente Sílvio Sá, do secretário-geral Sérgio Passos, da diretora de Administração e Finanças Iara Nascimento, e do companheiro da direção Edson Barreto, participou da reunião também, o diretor da área Comercial da Regional Norte, Raimundo Cardoso Filho.
Os dirigentes sindicais ouviram o governador, que colocou os diversos problemas que tem detectado na Companhia e, na sua opinião, boa parte deles, injustificáveis, como é o caso do excesso de horas extras e também de ligações clandestinas de água. Belivaldo afirmou que exigirá dos diretores da DESO metas a serem cumpridas até o final do ano. Caso elas não sejam cumpridas, sinalizou que pode vir sim a arrendar a Companhia, mas insistiu que não está nos planos nenhuma privatização.
Também colocou que achou um erro o ex-governador Jackson Barreto ter retirado, no ano passado, a DESO do programa de desestatização do então presidente golpista Michel Temer, via Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social – BNDES.
“Foi um grande erro, porque se nós tivéssemos continuado com aqueles estudos, hoje teríamos um diagnóstico preciso sobre a DESO. Não vejo problema nisso, tanto que, se preciso for, retomarei esse diálogo com o BNDES com a maior tranquilidade”, ameaçou.
O secretário-geral do SINDISAN, Sérgio Passos, retrucou Belivaldo, apontando que o problema maior da DESO é de gestão e que, como governador, ele é quem define a direção que comanda a Companhia e, portanto, cabe ao Governo do Estado, acionista majoritário da DESO, chamar o feito a ordem, montar uma gestão de compromisso com mudanças, com a resolução dos problemas e com o fim da politicagem que persiste dentro da empresa governo após governo. Também deixou claro para Belivaldo que arrendar uma companhia pública também é privatizar, só que com prazo determinado de uso. E isso nem o sindicato, nem os trabalhadores aceitarão.
Sindicato sempre denunciou
Sérgio Passos também lembrou que o sindicato tem cumprido o seu papel, fazendo constantes denúncias dos problemas existentes na DESO, mas que quase sempre são ignorados pelos diretores da Companhia, que só agem quando a bomba explode. Também lembrou do sucateamento e abandono de muitas unidades por todo o Estado.
“Lembro do caso recente do reservatório do bairro Cidade Nova. Nós denunciamos no nosso boletim informativo o abandono daquela unidade um ano antes. Nada foi feito e depois apareceu uma rachadura e vazamento no reservatório. São muitos os casos que denunciamos e quase nada é feito para resolver.
Também denunciamos o abandono e o sucateamento de várias unidades da DESO, principalmente no interior. Muitas não oferecem condições de se fazer um bom trabalho. Depois, quando surgem os problemas, a culpa só cai nas costas dos trabalhadores”, criticou Sérgio. (Continua na pág.2)
Problema de gestão
O governador reconheceu que grande parte dos problemas é realmente de gestão e prometeu cobrar muito mais da atual direção da Companhia, como também afirmou que está buscando recursos para investir em obras e estrutura ainda este ano. Mas novamente colocou que, se não atingirem as metas desejadas até o final do ano, vai “repensar o que fazer com a DESO”.
Belivaldo deixou aberto um canal de diálogo permanente com o sindicato para troca de informações e também para receber qualquer denúncia que envolva problemas relativos à DESO.
“Acho que é importante esse canal aberto para que a gente possa estar dialogando com o governador sobre os problemas dentro da nossa Companhia, buscar as soluções e cobrar também posição do governo, porque o que nós defendemos e queremos é uma DESO forte e prestando serviços de qualidade aos sergipanos, algo que interessa ao governador, ao sindicato e a todos os funcionários”, destacou Sílvio Sá, presidente do SINDISAN.