É inaceitável a discriminação velada contra trabalhadores terceirizados
Empregados terceirizados não são empregados de segunda classe. Erroneamente, muitos ainda pensam assim. Como nos últimos anos, seguindo a permissividade da lei, aumentou significativamente o número de empresas terceirizadas prestadoras de serviço, coisa que há pouco tempo restringia-se a serviços de limpeza e conservação e também a serviços de vigilância; hoje, praticamente se vê terceirização e até quarteirização em uma gama muito ampla de atividades. Redução de gastos com a folha de pagamento e encargos sociais, geralmente são os principais motivos apontados pelas empresas para optarem por esse tipo de modalidade de contratação.
Na DESO, percebemos que o número sempre crescente de funcionários terceirizados não traz consigo somente a tão propalada redução de gastos mensais; traz, contudo, um problema advindo absolutamente da falta de solidariedade entre os próprios trabalhadores. Infelizmente, muitos funcionários efetivos das empresas contratantes esquecem que os terceirizados também colaboram de forma significativa para o desenvolvimento da Companhia em todos os níveis, e que, com algumas exceções, trabalham com comprometimento e seriedade, como qualquer outro trabalhador efetivo.
Denúncias vindas de alguns empregados terceirizados, geralmente os que desenvolvem as suas atividades na sede da DESO, afirmam que muitos deles estão sendo obrigados a conviver diariamente com a discriminação, principalmente em questões onde deveria ter absoluto consenso para o desenvolvimento de suas tarefas.
Sendo funcionários terceirizados, que já são maioria entre os trabalhadores da Companhia, como podemos imaginar que algo pode alcançar sucesso se eventualmente esses funcionários não dispõem do mesmo reconhecimento e tratamento dispensados aos funcionários efetivos? E não estamos nos referindo a questões trabalhistas, mas ao tratamento entre as pessoas. Antes de qualquer coisa, estamos falando de seres humanos, e não máquinas que estejam ao inteiro dispor para o trabalho.
Várias empresas Brasil afora investem e capacitam os seus funcionários terceirizados, tratando-o como parte do corpo funcional. Com isso, conseguem que o clima interno seja de solidariedade entre os funcionários; sendo um ambiente mais saudável, os objetivos traçados pela empresa serão alcançados com muito mais facilidade.
É preciso lembrar que o tratamento dedicado ao trabalhador, seja ele terceirizado ou não, no final das contas, sempre refletirá no bom desempenho e na imagem da empresa perante a sociedade.