Em Lagarto, trabalhadores debatem privatização e PPP’s
A Direção do SINDISAN reuniu, no último dia 16/04, em pleno dia de sábado, na cidade de Lagarto, dezenas de companheiros e companheiras da DESO para analisar a atual conjuntura política nacional, os riscos de uma possível implantação de PPP’s no âmbito da DESO, o desmonte progressivo e programado da Companhia e outros assuntos que estão na ordem do dia. Foi uma segunda rodada de discussão sobre esses temas. A primeira foi realizada no dia 4 de abril.
A abertura da discussão foi feita pelo diretor e representante dos trabalhadores no Conselho de Admnistração. Silvio Sá, que passou informes das últimas reuniões que ocorreram e tiro dúvidas sobre o pagamento de insalubridade.
Para ajudar a fixar o tema, já que alguns colegas ainda não tinham conhecimento do grave risco que as PPP´s representam para todo os trabalhadores, principalmente os da DESO, o Sindicato convidou o Companheiro Jacaré, monitor da Escola de Formação Político-Sindical 13 de Maio, em passagem por Sergipe. Ele fez uma refinada análise da conjuntura nacional.
Nesta análise, o companheiro enfatizou o altíssimo nível do desmonte das empresas estatais patrocinado pelos governos, seja federal ou dos estados, justificando, dessa maneira, a implantação dos programas de privatização ou das danosas PPP´s.
Jacaré lembrou também que nada está sendo feito ao acaso;pelo contrário, tudo é meticulosamente planejado, inclusive quem ficará com o quinhão maior quando da entrega do patrimônio do povo, de mão beijada, ao estilo FHC.
Por fim o colega Raimundinho, da Regional Sertão, por ter participado da reunião do Coletivo de Saneamento, realizado na cidade de Campos dos Goytacazes, no Rio de Janeiro, fez uma belíssima explanação do que foi discutido por lá; citou o próprio caso daquela cidade, onde a tarifa de água, em pouquíssimo espaço de tempo, quase quadruplicou. Mesmo assim o fornecimento de água só é dado duas vezes por semana.
Há de se refletir muito antes de entregar um serviço essencial à população nas mãos de capitalistas inescrupulosos, que só pensam no lucro fácil, pouco se importando de que muitos perecerão sem o acesso ao tão precioso líquido.
Ainda nos debates, um companheiro da Regional falou da triste situação enfrentada por todos que trabalham nos serviços de rua, sem fardamentos para trabalhar, se virando como podem, chegando às vezes a comprar serras, fitas veda-roscas e outros materiais necessários para tocar os serviços diários.
Também foi citado o alto grau de insatisfação demonstrado pela população em relação aos serviços prestados pela Companhia, alertando que a concessão do serviço se encontra sub judice; mesmo assim, a direção da DESO hora nenhuma se esforça para que seja feito algo que se possa reverter a situação.