Em tempos de retirada de direitos, é preciso fortalecer o sindicato
Por deliberação em Assembleia Geral, instância máximo do sindicato, ficou definido que o trabalhador da DESO terá descontado uma contribuição extra, no percentual de 3% do seu salário-base, dividido em três parcelas de 1% a cada mês, a partir de fevereiro de 2019, a título de fortalecimento da luta sindical.
A assembleia entendeu que a Reforma Trabalhista veio só para beneficiar os patrões, retirando vários direitos dos trabalhadores brasileiros, conquistados com muita luta e até sangue de alguns companheiros, e que essa reforma coloca o negociado sobre o legislado. Neste sentido, a unidade dos trabalhadores da DESO e o fortalecimento do seu sindicato é fundamental.
Lembramos aos trabalhadores que o fantasma da privatização ainda ronda as companhias de saneamento. E, sem recursos, não se faz luta sindical contra os tubarões que querem privatizar esse setor estratégico e arrebentar ainda mais com a classe trabalhadora para aumentar seus lucros e seus luxos. Foi com esse pensamento que a assembleia definiu a contribuição negocial.
E os trabalhadores que se cuidem, pois a retirada de direitos e as privatizações vão se acelerar no governo ultraliberal de direita de Jair Bolsonaro. Vem aí a PEC 300, pra arrochar ainda mais com a classe trabalhadora e já vai entrar na pauta do Congresso Nacional também a Medida Provisória 868, que retoma exatamente o mesmo teor da MP 844, derrubada no ano passado com muita luta do movimento sindical e que, entre outras coisas, dava autonomia aos prefeitos para ceder as suas concessões de água e esgoto apara a iniciativa privada.
Se houver a privatização, PPPs ou abrir o capital das companhias de saneamento para o mercado de ações, os empresários vão se preocupar apenas com os lucros e aumentar dividendos, não com a população, em especial os mais pobres, que pagam tarifa social. Água e saneamento deixarão de ser direitos da população e questão de saúde pública; passarão a ser mercadorias e cifras nas bolsas de valores.
É preciso voltar a fazer esse debate com a sociedade e isso tem custo financeiro para o sindicato, com campanhas nos meios de comunicação, viagens aos municípios, plenárias em Brasília e corpo a corpo com os parlamentares federais, coisas que o SINDISAN fez com muita competência no período passado e conseguiu reverter a tentativa de privatização da DESO pelo governo Temer e Jackson Barreto. E neste período em que assistimos os discursos e práticas do atual governo federal para privatizar tudo, mais que nunca é preciso a união dos trabalhadores e o fortalecimento das suas instituições de luta.
Infelizmente, existem grupos de trabalhadores pelegos fazendo uma campanha sistemática contra a contribuição negocial e contra o fortalecimento do SINDISAN. Não sabemos com quais intenções e objetivos – muito provavelmente, eleitoreiros –, mas chegam ao disparate de distribuir formulários contra a contribuição e a conduzir trabalhadores ao sindicato para que preencham a ficha com a negativa do desconto, além de estarem espalhando mentiras, entre as quais, que o desconto é sobre o salário bruto.
Alertamos aos companheiros que o desconto de 3% é sobre o salário-base, e será feito em três parcelas, não de uma só vez. E lembramos que conquistas como a que obtivemos no último Acordo Coletivo de Trabalho, o ganho no Cartão Alimentação de R$ 550,00 pagos no mês de aniversário do trabalhador prova que a luta do sindicato junto com os trabalhadores traz resultados. Para que outras conquistas possam se concretizar e a DESO se mantenha como empresa pública e patrimônio do povo sergipano, é preciso fortalecer o sindicato para as intensas lutas que virão.