Estrangeiros estão de olho no setor de saneamento
A coluna “Mercado Aberto” da Folha de S. Paulo de domingo (20) traz apenas mais um exemplo de como o capital estrangeiro está investindo fortemente no mercado da água no Brasil, com ofertas milionárias. A matéria relata que o fundo de investimento canadense Aimco fez uma oferta para comprar, por R$ 196,22 milhões, a participação da Galvão Participações na Iguá Saneamento (antiga CAB Ambiental).
Atrás de altos lucros, as empresas privadas não têm compromisso com a universalização do saneamento e a MP 868/18, que já tramita no Congresso Nacional, é um fator facilitador para privatização do setor, ao acabar com o subsídio cruzado, ou seja, quando os municípios mais ricos financiam o saneamento aos municípios mais pobres.
Após a publicação da MP, entidades do setor , entre elas a FNU – Federação Nacional dos Urbanitários, se manifestaram publicamente contra a decisão, considerando a medida antidemocrática e que pode desestrutura o saneamento no Brasil.
Na avaliação da entidades, a MP induz operadoras públicas e privadas a competir apenas por municípios superavitários, deixando os deficitários ao encargo dos municípios e estados e impactando diretamente no subsídio cruzado.
Na volta do recesso parlamentar em fevereiro, os trabalhadores do setor de saneamento representados pela FNU voltarão ao Congresso Nacional para pressionar os parlamentares a não aprovarem a MP 868, seguindo o exemplo da luta travada no último semestre de 2018 para impedir que outra MP de igual teor (MP 844/2108) fosse votada. Luta que se consagrou vitoriosa em 19/11/18, quando a MP 844 caducou.
Fonte: site da FNU