Há um ano o SINDISAN já alertava sobre situação de abandono do R-2
Os últimos acontecimentos – infelizmente, negativos – em relação aos reservatórios e às unidades operacionais da DESO, no tocante a sua manutenção e conservação, para quem acompanha as ações promovidas pelo SINDISAN, que são sempre divulgadas de forma bastante elucidativa nos boletins Água Quente, verá que nada acontece por obra do acaso, e, portanto, falhas ou erros poderiam ser evitados.
Tomemos o caso recente da rachadura e vazamento no R-2, reservatório da DESO localizado no Bairro Cidade Nova, que acabou virando manchete nas TVs, rádios e jornais. Para o SINDISAN, foi “pedra cantada”, como se diz no jargão popular. Um ano antes, no Água Quente de nº 1175, denunciávamos a situação de total abandono daquele reservatório e o perigo que representava a falta de manutenção e de presença de um funcionário da Companhia e vigilante. Como nada foi feito, deu no que deu.
Nunca é demais lembrar que fartos estudos de engenharia mostram claramente que os índices de acidentes ocorridos por falta de manutenção seriam atenuados de forma drástica se houvesse, por partes das empresas envolvida, um plano rigoroso e eficaz de manutenção preventiva que não sofresse qualquer tipo de interrupção.
Na DESO, desconhecemos qualquer iniciativa que sequer se aproxime desse conceito, por acreditarem ser relativamente caro manter um plano que atenda efetivamente às normas de segurança vigentes, quando caros são os danos quando um acidente de fato acontece. Nota-se que essa visão é fruto de uma total falta de conhecimento por parte de uma parcela da Direção da DESO, que ignora a extrema importância deste item para uma operacionalidade diária segura na Companhia, e tudo acaba postergado a último plano.
Denúncias feitas por colegas citam casos absurdos de plantas inteiras estarem paradas ou mesmo trabalhando com a sua capacidade reduzida por falta de equipamento que custam valores irrisórios em relação a sua importância para o funcionamento de todo um conjunto de uma unidade. Motores, relés, bombas, filtros, sensores, que trabalham de forma intermitente por anos, dando lucro a Companhia, quando sofrem qualquer pane, são esquecidos e não repostos, submetendo, muitas vezes, cidades inteiras ao desabastecimento de água e colocando em riscos moradores, quando reservatórios – como o do bairro Cidade Nova – simplesmente começam a rachar e a vazar por falta de acompanhamento e manutenção.
Que mentalidade tem essa Direção da DESO! Até quando vão pensar dessa forma retrógrada?