Regional Sertão cheia de problemas
Falta de água nos povoados e falta de tratamento colocam em risco a saúde da população, o que preocupa o Sindisan
O Sindisan esteve visitando a Regional do Sertão, no dia 07 de março, e constatou um quadro caótico existente na Regional e que reflete as várias denúncias que durante estes últimos anos o sindicato tem feito, inclusive com fotos e filmagens.
Não se trata de denuncismo, como alguns críticos falam do Sindisan, e outros dizem que o Sindicato presta um desserviço à Deso. Pelo contrário, o Sindisan reforça em suas denúncias que a Deso é patrimônio do povo sergipano e está preocupado pela qualidade do serviço prestado à população, que a cada dia piora e não tem perspectiva de melhoras a curto prazo.
O Sindisan também aponta como o maior responsável por esta situação o atual governo, por ser o acionista majoritário, pois é quem indica a diretoria da Deso e os membros do Conselho de Administração da companhia. E este governo já está no segundo mandato e a situação da Deso a cada dia fica pior.
Relatamos, com fotos, o que vimos na visita feita à Regional do Sertão, e que é realidade também nas outra regionais.
Transporte – feito pela Itapé na parte de manutenção, o contrato diz que é as camionetes devem ser de cabine dupla, mas a maioria das viaturas é de cabine simples. Além disso, os serviços são paralisados com freqüência por falta de combustível nas viaturas, pneus carecas, documentos dos veículos atrasados.
Pendências de ligações de água – foi feito um contrato com a Camel, a mesma terceirizou o serviço para outra, e esta contratou uma ‘gata’ para fazer o serviço. Falta material para ligação de água, falta farda para os trabalhadores e EPIs.
E1 (ETA de Porto da Folha) – em visita a esta unidade, constatamos que a mesma estava operando sem o uso de produtos químicos, o que é grave. Fomos informados que há um mês não se utiliza os produtos químicos necessários para o tratamento da água devido um vazamento da tubulação dos filtros para o reservatório, que distribui água para Porto da Folha e povoados. Dias atrás, a cor da água bruta chegou a 40, mas mesmo com esta cor e sem produtos químicos, a água foi distribuída à população da região. Nunca constatamos falta de produtos químicos em ETAs. A situação é séria, pois a população esta consumindo água sem nenhum tratamento. A água chega do rio, passa pela tubulação e vai direto para o reservatório de distribuição (sem passar pelos filtros decantadores e sem receber cloro, sulfato, flúor e cal). Perguntamos: de quem é a responsabilidade? Quem autorizou que a água fosse distribuída sem tratamento? Isto não é denuncismo. É fato.
Falta de água – Na área da Regional Sertão, cerca de 75 povoados – Linda França, Lagoa Redonda, Lagoa da Volta, Campinas, Quincas e Tubi são alguns deles – estão sem receber água. São cerca de 100 mil pessoas prejudicadas. Alguns há mais de um ano! As pessoas, inclusive, estão devolvendo as faturas por não ter consumido água alguma. A Deso manda a fatura, mas água que é bom, nada! E ainda o governo quer anunciar o Programa Água Para Todos. Será que vai ter condições?
E1A (na mesma área da E1) – inaugurada há 1 ano e sete meses, apesar de nova, as condições de trabalho oferecidas aos operadores deixa muito a desejar. Existe reservatório de produtos químicos fora da ETA que, através de uma bombinha, poderia levar os produtos até o local de sua aplicação, facilitando as tarefas dos operadores, que têm que preparar as tinas dos produtos químicos em locais de difícil acesso, correndo risco de acidente. Os operadores trabalham em turno de 24 horas e, apesar de ser uma unidade nova, não tem fogão, geladeira, mesas ou cadeiras para os operadores fazerem as suas refeições. É desumano.
Com a palavra, a diretoria da Deso.