Foi no mínimo muito constrangedor para toda equipe de técnicos da DESO, que chego para iniciar os trabalhos de recuperação da Adutora do São Francisco, inclusive o próprio diretor-presidente da Companhia, Carlos Melo.

Pois é, todos eles foram impedidos de entrar no local do ocorrido, nas primeiras horas, enquanto a equipe da Petrobras, com todo o seu pessoal terceirizado, da Fafen, do Exército, da Defesa Civil e de tantos outros órgãos envolvidos estavam todos paramentados com seus uniformes e EPIs dentro do que manda as normas de segurança.

Já o nosso pessoal parecia uma horda de maltrapilhos, todos desprovidos de qualquer equipamento de segurança, com exceção da Ilustríssima doutora chefe do Setor de Segurança da DESO, que, enfim, deixou o seu confortável assento nas dependências da Companhia, coisa raríssima de se ver, e apresentou-se no local da tragédia vestida no mais impecável fardamento – algo jamais visto com os trabalhadores da DESO, coisa de se fazer inveja.

Diz quem estava presente, que chegou a ser até constrangedor a situação dos trabalhadores da DESO que culpa alguma têm sobre o acontecimento lamentável. Talvez se ouvissem as denúncias constantes do SINDISAN no tocante aos EPIs e condições de trabalho, a DESO não sairia tão arranhada como saiu perante toda a população, que queria mesmo era a adutora recuperada, e com toda a razão.

Este episódio expôs para população a fragilidade em que se encontra a nossa Companhia. Sabemos que se não fosse a somação de esforços de todos os envolvidos nos trabalhos de recuperação da Adutora, de forma emergencial, notadamente a valorosa Petrobras com todos os seus funcionários e todo o seu conhecimento técnico mundialmente reconhecido, provavelmente estaríamos amargurando a falta de água até os dias de hoje. A verdade precisa ser dita.

Lamentamos que tenha sido desta forma, mas foi. Se todos que estão à frente da DESO fizerem uma análise racional do ocorrido, terão muito sobre o que refletir e, a partir daí, começar a corrigir todas as anomalias administrativas que reinam na Companhia. E talvez, em pouco tempo, estaremos sendo melhor avaliados pela população do nosso estado.

Pedimos aos senhores Diretores que saiam dos seus gabinetes e percorram as unidades da DESO em todo o estado, como faz o SINDISAN, para ver a realidade dos problemas existentes. Não tentem se eximir de suas responsabilidades. Lembrem os senhores que, no momento, somos vidraças. Para quebrarmos, basta um sopro um pouco maior que o último.