Um desrespeito histórico com aqueles que construíram a DESO
O maior patrimônio de uma empresa são os seus trabalhadores. Não é figura de retórica essa afirmação. Há os que costumam associar o sucesso de uma empresa ao seu proprietário ou CEO (quando ela é privada) ou ao seu gestor (quando ela é pública), mas isso é construção do discurso hegemônico numa sociedade capitalista que foca o sucesso como uma construção mágica, individual e personalista para enganar os ingênuos.
Em se tratando da DESO, a maior empresa do governo estadual, esta foi construída ao longo de mais de 50 anos com o suor, o sangue, a inteligência e a competência dos seus trabalhadores, do servente ao engenheiro, cada um cumprindo com o seu papel. Já os mandatários que passaram ao longo dos governos, estes são figuras passageiras – umas trágicas; outras, de relevância.
O atual mandatário de plantão, que só pensa em privatização, é só achincalhe e depreciação em relação aos trabalhadores da DESO, colocando nas costas destes todos os problemas da empresa, mas que foram gerados por sucessivos governos que pouco ou nada fizeram para melhorá-la.
E diante da ameaça de demissão em massa dos trabalhadores, 223 companheiros e companheiras aderiram ao desligamento da Companhia pelo Acordo Coletivo de Trabalho, temendo pelo que vem à frente.
Foram 223 trabalhadores e trabalhadoras desligados e descartados, sem nenhuma consideração ou reconhecimento pelos relevantes serviços prestados.
Fica aqui o nosso total repúdio a este governo privatista e aos que o apoiam, e o nosso respeito e admiração aos 223 companheiros e companheiras que deixaram o seu legado permanente na construção da DESO.
Nos despedimos de vocês com o “Poeminho do Contra”, de Mário Quintana:
Todos esses que aí estão
Atravancando meu caminho,
Eles passarão…
Eu passarinho!