Adutora do Semiárido continua causando sérios problemas
Está se tornando coisa corriqueira as constantes rupturas da Adutora do Sistema Semiárido, fato inclusive bastante noticiado pela imprensa, que mete o sarrafo no DESO, já que vem deixando sem água uma dezena de municípios do Sertão, trazendo incontáveis problemas para grande parte da região, já bastante afetada pela estiagem.
A adutora também é chamada, carinhosamente, pelos companheiros da DESO como a “Adutora de Isopor”, exatamente pela frequência de suas rupturas, mostrando a sua fragilidade, tal qual uma fina folha de isopor.
Projetada e executada de uma maneira equivocada, seguindo conceitos técnicos duvidosos, a adutora de isopor é, na verdade, fabricada em PRFV (Plástico Reforçado com Fibra de Vidro), tubulação que deve ser aplicada em projetos que deveriam levar em consideração as suas especificações técnicas.
Se fosse feito isso, de fato traria uma enorme economia para a DESO, devido a sua resistência à corrosão em relação a uma tubulação de ferro fundido. O problema é, também, a qualidade desse PRFV, que é ruim. Inclusive a questão encontra-se na esfera judicial.
Porém, como quase tudo na Companhia é feito à revelia por empresas terceirizadas, quase sempre sem o devido acompanhamento técnico de algum fiscal da DESO, a adutora foi construída em local de formação rochosa em quase todo o seu percurso.
Neste caso, deveriam ser utilizados critérios rigorosos quanto à sua acomodação, pois a tubulação é muito sensível a vibrações. Sendo assim, o colchão de sustentação, o envoltório e todo reaterro deveriam ter sido feito com material sem rochas.
Mas, sabemos que este critério hora nenhuma foi seguido, tendo sido utlizado o material retirado da própria vala. Sendo assim, o colchão simplesmente inexiste em longos percursos desta adutora. A consequência são as rupturas sucessivas. A última, ocorrida no dia 8/8.
Hoje vemos os reflexos de um serviço que deveria ser de excelência, mas beira às raias da irresponsabilidade, chamando a atenção de toda a população. As explicações dadas pelos diretores da DESO para a população, que está ficando sem água praticamente todas as semanas, já não estão sendo suficientes. Citar variação de pressão, casualidade etc., não responde objetivamente a ninguém.
Queremos saber que fim levou as investigações sobre esta adutora. Por que o projeto não seguiu os critérios técnicos que a tubulação em PRFV requeria? Isto sim toda a população tem que ficar sabendo.