Bolsonaro vence; luta por direitos deve se intensificar
Eleito no domingo (28) presidente da República, na disputa eleitoral mais suja e dominada por fake-news desde a redemocratização do país, Jair Bolsonaro (PSL) venceu nos maiores colégios eleitorais, em quatro das cinco regiões e em 16 das 27 unidades da federação.
Em São Paulo, recebeu 67,97% dos votos válidos, ante 32,03% dados a Fernando Haddad (PT) – que praticamente dobrou sua votação em relação ao primeiro turno (16,42%). A maior vitória de Bolsonaro foi em Santa Catarina, onde ele acabou com 75,92%.
Haddad mostrou-se imbatível no Nordeste, vencendo nos nove estados daquela região. Superou os 70% em quatro deles: Bahia (72,69%), Ceará (71,11%), Maranhão (73,26%) e Piauí, onde teve sua maior votação (77,05%).
O petista triunfou também em dois estados da região Norte. Ficou com 54,81% no Pará e 51,02% em Tocantins. Com vantagem para o candidato do PSL, as votações foram equilibradas no Amapá (50,20% a 49,80%) e no Amazonas (50,27% a 49,73%).
No Rio de Janeiro, segundo maior colégio eleitoral do país, Bolsonaro teve 67,95% dos votos válidos, resultado equivalente ao de São Paulo. Em Minas Gerais, a vantagem foi menor (58,19%). Chegou a 63,24% no Rio Grande do Sul e a 69,99% no Distrito Federal.
Muita luta pela frente
Para o diretor técnico do Dieese, Clemente Ganz Lúcio, a vitória de Jair Bolsonaro (PSL) na disputa pela presidência da República insere o Brasil em um movimento de mudança radical que pode avançar tanto para a direita como para o seu extremo, e força uma nova disputa por direitos, liberdade, democracia e justiça. “Nesse novo mundo, que do ponto de vista econômico está sendo desmontado e remontado de uma outra maneira, teremos quatro anos de muita luta pela frente”, antecipa Clemente.
Entre as mudanças intencionadas pela equipe econômica de Bolsonaro, representada principalmente por Paulo Guedes, futuro ministro da Fazenda, ele destaca a privatização das empresas estatais e a redução dos impostos para os mais ricos. Além disso, Clemente chama a atenção para a proposta da carteira de trabalho verde e amarela, que minimiza a participação dos sindicatos e permite que prevaleça o negociado sobre o legislado, e a reforma da Previdência.