É lamentável ver como as coisas continuam correndo muito soltas dentro da Deso em relação às terceirizadas que prestam serviços à Companhia. Algumas, como se sabe, sequer priorizam o pagamento em dia dos seus funcionários. O que é uma obrigação passa a ser apenas facultativo.

Essa prática, sem sombra de dúvidas, acaba por gerar indignação nos trabalhadores – compreensível até, porque nem relógio trabalha de graça – que, desestimulados, muitas vezes executam seus serviços de rua – em nome da Deso, diga-se de passagem – deixando a desejar. E a Companhia, a quem essas empresas prestam serviços, não fiscaliza e nada faz para que se cumpra o que foi acordado e assinado em contrato.

E os problemas se multiplicam em todos os cantos do estado. Tomemos, apenas como exemplo, os serviços de ligação de água, que antes eram efetuados diretamente por funcionários do próprio quadro da Deso, mas hoje, apesar de ter efetivo habilitado para isso, em função até da realização do último concurso, a Companhia optou por passar o serviço para empresas terceirizadas.

Nesse caso, é possível afirmar que houve piora. Que o digam os usuários. Um pedido de ligação de ramal residencial para fornecimento de água, quando era efetuada pelos próprios trabalhadores da Deso, levava no máximo quatro dias para a sua total execução. Hoje, com as empresas terceirizadas, em algumas cidades sergipanas o pedido pode se arrastar até por mais de um ano sem solução, o que é lamentável.

Umas das razões para essa demora esdrúxula é que, para diminuir custos, as terceirizadas só enviam seus trabalhadores para fazer ligações em uma determinada região quando esta acumula um número considerável de pedidos. Neste caso, quando vão realizar os serviços, os trabalhadores precisam fazê-los de forma muito rápida para dar conta de todos os pedidos naquele dia, e acabam executando “a toque de caixa e a repique de sino”, pois a prioridade é a rapidez, não a qualidade do serviço.

Como consequência, o que se vê depois é o Escritório da Deso receber vários clientes reclamando de vazamentos e outros problemas relacionados às ligações malfeitas. Também há denúncias de que as ligações estão sendo efetuadas sem cumprir as normas exigidas pela Deso, dentre elas, a necessidade da existir na residência uma caixa d’água, muro externo ou mureta para colocação da caixa do hidrômetro na área externa da residência.

Diante de tantos problemas, a que se perguntar: as terceirizações desenfreadas são realmente mais eficientes e mais produtivas para a Companhia? Elas estão sendo úteis exatamente para quem? Como fica o nome da Deso, perante a população, diante de tantos serviços mal executados por terceirizadas?