Embora não seja a função de um sindicato, já que sua função principal é combater as injustiças impostas à classe trabalhadora, lamentamos muito ter que redigir este texto falando justamente do comportamento errôneo de alguns de nossos companheiros da DESO.

Depois de analisarmos várias denúncias e, inclusive, termos presenciado algumas vezes, viemos formalmente comunicar os atos ilícitos de alguns colegas de trabalho, que visando burlar a determinação da diretoria da DESO, que proíbe, terminantemente, que funcionários saiam à disposição da companhia para executar serviços externos em seus veículos particulares.

Pois bem, agindo sempre de má fé, alguns  sabidos e bem espertos companheiros deixam os seus carros na área externa da DESO, adentram, batem os seus respectivos pontos, ficam alguns minutos ou algumas horinhas dentro da DESO e, logo depois, pegam carona em algum carro terceirizado ou da própria companhia que esteja de saída para a rua e, imediatamente, assim que se afasta da sede, descem do carro, entram em seus veículos particulares e aí tomam destino ignorado, só chegando na DESO no final do dia.

Chegam notícias que tem gente indo até para outros estados vizinhos, usando essa manobra ardilosa e nada honrosa para um trabalhador. Alguns desses espertinhos estão se empanturrando de horas extras fabricadas, chegando às vezes a triplicar o valor de seu salário mensal, causando uma sangria absurda aos cofres da empresa, que já vê 50% de tudo que arrecada sendo gasto com folha de pagamento de pessoal.

O que torna a coisa mais horripilante é ver que enquanto alguns destes conhecidos colegas se vangloriam de receber tantas horas extras, o peãozinho se lasca no sol e na chuva, dentro de uma vala fétida e insalubre, quase sempre sem as mínimas condições de trabalho e sem o acompanhamento devido de um profissional de segurança, sem a instalação de um toldo de proteção que lhe proteja das intempéries do tempo, sem cones de proteção, e tudo mais. Estes, na hora de receber os seus salários, são surpreendidos com o corte de horas extras efetivamente e exaustivamente trabalhadas, sob a alegação que existe um suposto controle no pagamento desse benefício.

O SINDISAN sabe disso e quase todos que trabalham na sede também sabem que isso vem ocorrendo. E o que é pior, isso está se tornando rotina. Pedimos providências urgentes aos gestores da DESO, sob pena de serem coniventes com atos imorais e desonestos dessa natureza. O dinheiro do povo, por se tratar de uma companhia pública, não pode ser tratado dessa maneira, trazendo benefícios ilegais para uns, em detrimento de uma imensa maioria honesta e trabalhadora.