Mais um vazamento de cloro que quase termina em tragédia
Praticamente todos os companheiros que trabalham nas áreas operacionais da DESO sabem que um cilindro de cloro gasoso, quando manuseado da forma que manda as normas de segurança e do fabricante, por si só, devido a sua alta pressão interna e por ser altamente corrosivo, já representa um perigo em potencial. Agora, o que acontece quando um desses cilindros é jogado na horizontal, exposto ao tempo, sob sol e chuva, pode ser um desastre. E acreditem, às vezes não se sabe sequer da existência do próprio cilindro.
Pois bem, o forte vazamento de cloro gasoso que aconteceu no Almoxarifado Central da DESO, inclusive com interdição total da área pelos órgãos de segurança, não foi algo ocorrido por obra do acaso e sim pela total falta de condições técnicas mínimas de como devem ser estocados não só os cilindros de cloro, mas quase todos os itens que compõem o vasto material e equipamentos usados no dia a dia da DESO.
Exemplo típico vemos logo ao chegar naquela área. Temos lá quase que abandonados centenas e centenas de metros de PEAD novos, ressecando com o tempo; estaleiros inteiros de tubos de PVC de vários diâmetros, expostos ao sol e também à chuva, ressequidos e empenados; centenas de conexões de ferro fundido, enferrujando com o tempo.
Espera-se que então surja daí o quê senão o que aconteceu com o cilindro de cloro gasoso de 50 quilos (semelhante ao da foto ao lado) , que por não se tratar de um cilindro de maior capacidade – poderia muito bem ter sido um cilindro de 900 quilos –, hoje estaríamos lamentando a morte por intoxicação de dezenas de colegas de trabalho e, possivelmente, também de moradores das cercanias.
É por isso, companheiros, que o SINDISAN insiste veementemente em cobrar atitudes que levem ao fim de casos lastimáveis como esse, e que ocorrem ainda dentro das unidades da DESO. Desejamos que fatos dessa natureza não voltem a acontecer, mas a continuar essa política desastrosa de sucateamento da DESO, lamentavelmente, logo teremos um novo caso desses a lamentar.