Nota Informativa para os associados do SINDISAN e trabalhadores da DESO

Prezados Associados do SINDISAN,

É com muita preocupação e, ao mesmo tempo, responsabilidade que emitimos esta nota, informando sobre um documento revelador – intitulado Estruturação de projeto de participação privada para a universalização da prestação de serviços públicos de abastecimento de água e de esgotamento sanitário no Estado de Sergipe – que faz parte dos estudos encomendados pelo Governo do Estado ao BNDES, com o propósito de abrir as portas da DESO para o capital privado, sob a alegação de universalizar o saneamento básico.

Até o presente momento, nós não tínhamos acesso a informações tão cruciais desse estudo, apesar de repetidos pedidos de esclarecimentos feitos pelo SINDISAN à DESO e pelo representante dos trabalhadores no Conselho de Administração da Companhia, a fim de subsidiar os debates públicos. Este documento, agora revelado, expôs as verdadeiras intenções do Governo do Estado, evidenciando os riscos que uma concessão dos serviços da DESO pode acarretar para centenas de famílias trabalhadoras e para o comércio sergipano, com as quase mil demissões previstas no documento.

É importante ressaltar que, embora o documento do BNDES sugira a redução significativa do quadro de efetivos da Companhia, com a eliminação de setores e até duas diretorias, não possui poder decisório sobre a DESO e o governo estadual neste momento. Contudo, ele lança luz sobre os caminhos que os estudos estão seguindo e as intenções reais do governador Fábio Mitidieri.

Durante sua campanha, o governador afirmou, categoricamente, na sede do sindicato, que não tomaria decisões sem ouvir os trabalhadores e que via com bons olhos uma Parceria Público-Privada (PPP) no combate às perdas no abastecimento de água. No entanto, os recentes eventos deixam claro que a realidade pode ser outra.

A leitura do documento revela um modelo semelhante ao que tem fracassado em outros estados, entregando toda a operação comercial à iniciativa privada e mantendo apenas a captação e tratamento de água com a DESO.

Além disso, o quantitativo de empregados previstos parece subdimensionado, demonstrando a má qualidade dos estudos realizados e uma falta evidente de conhecimento técnico na área do saneamento.

Embora este documento tenha sido divulgado em sua terceira versão, não podemos descartar possíveis alterações. A maneira como foi vazado levanta questionamentos sobre suas intenções, suscitando dúvidas sobre se busca enfraquecer a categoria durante a campanha salarial que está em andamento.

Neste contexto, cabe ao governo esclarecer se pretende levar adiante este projeto e demitir cerca de mil trabalhadores, como sugere o documento. Fábio Mitidieri, a pergunta é direta: você mentiu ou não para os trabalhadores da DESO?

A transparência é crucial neste momento e esperamos uma resposta à altura da confiança depositada pelos trabalhadores e pela sociedade na gestão pública da água e do saneamento básico em Sergipe.

A Direção

 

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