O cinismo de alguns que acaba afrontando a todos

Chega a ser gritante o cinismo praticado por alguns colegas da DESO em relação aos demais companheiros que estão sofrendo com toda a falta de condições de trabalho e de segurança por negligência da própria Companhia. Chega até a tirar do sério, digamos, aqueles que porventura não tenham “sangue de barata”.

Enquanto esses colegas, que não dispõem de “privilégio” algum, depois de comunicarem exaustivamente as suas chefias, denunciarem aqui no Sindicato, nada foi feito para ao menos aliviar todo o sofrimento passado por esses camaradas em seus locais de trabalho, inclusive com risco real de homicídio.

Pois bem, passado certo tempo, depois que em algumas unidades da DESO os trabalhadores compraram do próprio bolso portas, janelas, câmeras de segurança e até lâmpadas, tudo isso para atenuar a sensação de insegurança, eis que chega um certo senhor, já bastante conhecido de todos da DESO devido aos seus conceitos altamente patronais e equivocadíssimos sobre segurança, de forma acintosa e com bastante desdém, começa a fazer chacota com os companheiros, dizendo que estes se arvoraram em comprar tais apetrechos de segurança por que quiseram e que, antes disso, a DESO, através do seu Setor de Segurança, deveria elaborar um projeto técnico para os locais em que os trabalhadores se sintam desprotegidos.

Ora, sabemos que a Companhia sequer está oferecendo fardamento para os seus funcionários, e todas as suas estruturas das unidades, incluindo a própria Sede, estão literalmente entregues ao abandono. Como é que estes companheiros, boa parte já com o sistema nervoso em frangalhos e que nunca tiveram a devida atenção e solidariedade daqueles que se dizem suas chefias, poderiam ficar de braços cruzados?

O SINDISAN lamenta que, infelizmente, este tipo de comportamento por parte de alguns chefes está se tornando rotina e fazendo escola dentro das estruturas da Companhia. Para além disso, chefes, coordenadores e outros não estão nem aí para o problema, e pensam unicamente em se empanturrar de horas extras, fabricadas ou não.

Enquanto isso, no outro lado da balança, o pobre peão, que de fato vara a noite dentro de verdadeiros muquifos mal iluminados, pondo a sua valiosa vida em risco, para fornecer serviços de qualidade a nossa população, quase sempre, sem as mínimas condições de trabalho, chegam a fazer até 38 horas extras e só recebem por 18 horas. E ainda têm que aturar pessoas desqualificadas, debochadas e hipócritas, que, embora com bastante tempo de DESO, não aprenderam absolutamente nada no que se refere a lidar com trabalhadores de forma digna e respeitosa, a forma correta como todo ser humano deve ser tratado.

 

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