Quatro tiros e nenhuma solidariedade
Até parece título de filme de Faroeste, mas é exatamente assim que podemos descrever o que aconteceu no dia 21/07, por volta das 18 horas, novamente na área da Captação da Cabrita, onde dois marginais, depois de derrubarem uma porta a pesadas, estilhaçarem outra a tiros, efetuaram diversos disparos em direção a dois trabalhadores que estavam desenvolvendo as suas devidas funções – um operador de bombas e o vigilante. Ambos, acuados, nada puderam fazer, a não ser pedir sorte a Deus para saírem ilesos dessa situação terrível. Segundo narrativa dos companheiros, os marginais todo o tempo perguntavam pela “arma do vigilante”.
Importante relatar que num intervalo de dez dias, quatro fatos graves dessa natureza ocorreram em unidades da insegura DESO (na ETA Propriá, na ETA Cabrita, na Captação da Cabrita e na ETA Pirambu). E é bom lembrar que há alguns meses atrás, já houve o roubo da arma de um dos vigilantes daquela mesma unidade. Desta ocorrência para cá, nada foi feito para melhorar as condições de segurança dos trabalhadores. A não ser graças aos próprios trabalhadores da Captação, que fizeram uma vaquinha e compraram um portão novo, para ter um pouco mais de segurança.
O que vemos é que as coisas só pioraram na unidade. Vejamos os fatos: o ar-condicionado levaram para consertar e nunca mais voltou, e o calor no local é insuportável; o botijão de gás, levaram para reposição e nunca mais retornou; a cerca de arame farpado está toda corroída pela ferrugem; a iluminação é precaríssima; e tantas outras mazelas que ninguém procura sanar.
E vejam como a coisa está feia! Logo após esse atentado contra a vida dos companheiros da Captação da Cabrita, na ETA de Pirambu, por volta das 23h30 do dia 28/7, outra tentativa de assalto. Dois meliantes, armados de escopeta, adentraram na ETA se aproveitando da cerca que não cerca nada, de tão carcomida pela maresia. Quando perceberam o operador, que estava manuseando uma válvula, por algum motivo, correram. Por sorte os meliantes não engrossaram o caldo e partiram para cima do operador. Mas uma coisa que os trabalhadores não podem contar nessas horas é com sorte.
E A SOLIDARIEDADE?
Agora o que nos causa mais indignação é que, diante de uma clara tentativa de homicídio praticada contra trabalhadores indefesos, não se têm uma manifestação de SOLIDARIEDADE por parte de algum representante da DESO ou mesmo a presença no local! Os ditos chefes, que se orgulham tanto em abrir a boca para falar da sua posição atual dentro da Companhia, quando questionado pelos trabalhadores pela situação em que se encontra a área da Cabrita, o chefe diz que é isso mesmo e que não esperem nada melhorar, pois a DESO está “quebrada” – nas palavras do chefe.
Partindo deste raciocínio adotado por esse chefe, devemos todos arrumar as malas e procurar outro ganha pão, pois tudo está no seu final e não há como mudar nada.
O SINDISAN pensa justamente o contrário do que pensa este e dezenas de outros chefes relapsos que impregnam os quadros da DESO e que são chefes, mas sequer frequentam a área que dizem chefiar e não aparecem nem para prestar SOLIDARIEDADE, mesmo dispondo de carro à sua disposição e mesmo com o contracheque empanturrado de horas extras. São esses chefes elogiados por alguns que têm seus interesses pessoais atendidos em detrimento de quem realmente trabalha.
A DESO tem jeito sim! Basta mudar a concepção do que é ser chefe para alguns destes senhores, que não estão nem aí para os seus subordinados ou para o futuro da Companhia!