O dia 15 de abril ficará marcado na história das lutas dos trabalhadores de Sergipe e do Brasil. Desde a manhã, milhares de trabalhadores se organizaram em todo o país para iniciar o que seria um dia de intensa mobilização contra o a possível aprovação do Projeto de Lei 4330/04, que desarquivado pelo empresário deputado federal Laércio Oliveira (SDD), tramita no Congresso Nacional.

O PL amplia as terceirizações para todos os setores e para as atividades fins, que não podem ser terceirizadas até então.

Em Sergipe, vários sindicatos cutistas e movimentos sociais de juventude e o MST iniciaram protestos contra o PL logo cedo, fechando a rótula em frente ao Tribunal de Contas do Estado.

Em seguida, somaram-se a outros sindicatos e centrais sindicais para uma manifestação e panfletagem no Centro de Aracaju, saindo em marcha pelas ruas até o Mercado.

O presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT/SE), Rubens Marques, o Dudu, afirmou que a sociedade brasileira ainda não tem a dimensão do prejuízo social que o PL 4330 representa. Desde 2004, a CUT e os trabalhadores lutavam por seu arquivamento definitivo.

“O empresário da Terceirização é um atravessador de mão de obra. Eu comparo ele ao atravessador de laranja, que ganha dinheiro encima do suor de quem trabalhou”, disse.

O pior é que o PL abre precedentes para a contratação dos conhecidos ‘afilhados políticos’ em detrimento do trabalhador concursado e não regulariza a terceirização, como também não concede qualquer vantagem ao trabalhador terceirizado.

“Ele continuará sem qualquer estabilidade no emprego, com jornadas de trabalho mais extensas e recebendo remuneração menor. Pela falta de estabilidade, o trabalhador terceirizado tem menos autonomia e está mais exposto ao assédio moral e sexual no ambiente de trabalho”, lembra Dudu.

GRANDE MARCHA

Na tarde do dia 15, centrais sindicais, sindicatos, movimentos sociais e trabalhadores da cidade e do campo se somaram aos professores numa marcha histórica, contra o PL 4330 e em favor da pauta da educação e dos educadores.

Uma onda vermelha de mais de 10 mil pessoas tomou as ruas do bairro Jardins, saindo do Parque da Sementeira em direção do Palácio de Despachos do Governo, onde o ato foi encerrado com diversas falas de lideranças contra o PL dos empresários, contra as terceirizações e por mais direitos para os trabalhadores.

A luta contra o PL 4330 deve continuar nas próximas semanas, já que os empresários se organizaram para buscar a sua aprovação também no Senado.

(Com informação do site da CUT/SE)