Velhos e novos pelegos se juntam para enfraquecer a luta dos trabalhadores
Vivemos numa sociedade de classes cujos interesses são antagônicos. De um lado a burguesia, que tem o poder econômico, político, jurídico e midiático; do outro, os trabalhadores, maioria na sociedade que necessita vender a sua força de trabalho, mas são estes que produzem todas as riquezas em circulação. Apesar desse antagonismo, tem trabalhador que defende e reproduz a ideologia da classe dominante, com o seu individualismo, egoísmo, inveja, vaidade e preconceitos.
No movimento sindical, este tipo de trabalhador é também conhecido como “pelego”, que tipifica a pessoa subserviente, servil, capacho, puxa-saco ou bajulador que, às vezes, até ocupa espaços de representatividade para barrar as lutas e mobilizações da categoria, atuando em favor dos interesses do patronato.
Na Deso, no final dos anos 80 e início dos 90, o Sindisan, através da luta por melhores condições de trabalho e de salário, conseguiu aumentar o número de filiados, que contribuíram financeiramente com a luta. Entre greves históricas e muitos enfrentamentos, conquistamos vários avanços para os trabalhadores, como adicionais de insalubridade e periculosidade; anuênio; PCCS, entre outras conquistas.
Mas, ainda assim, houve uma minoria – os famosos “fura-greves” – que nunca se filiou ao sindicato e nunca topou pagar a Contribuição Assistencial aprovada pela categoria à época. Essa turma fazia era incentivar a desfiliação em massa de trabalhadores do Sindisan. Com o tempo e o crescimento do sindicato, esses VELHOS PELEGOS foram sumindo, sendo engolidos por sua própria insignificância.
Com a realização dos últimos dois concursos da Deso, graças à ação direta do Sindisan junto ao Ministério Público do Trabalho, imaginávamos uma nova leva de trabalhadores mais conscientes. Ledo engano. Apesar de a maioria ter formação superior, ficam devendo na formação política e ideológica, talvez até porque não enfrentaram as duras greves do passado, com ameaças de repressão policial, que os companheiros mais antigos enfrentaram e, ainda assim, ajudaram a fazer do Sindisan um sindicato classista e de luta, referência em todo o Brasil.
Esses NOVOS PELEGOS agora usam também as redes sociais para atacar o sindicato e fazer campanhas de desfiliação em massa. E, se não bastasse o nível alto de peleguismo, em meio à nova onda de ataques aos direitos dos trabalhadores e a ameaça das privatizações, essa minoria vem fazendo campanha contra a Contribuição para o Fortalecimento da Luta Sindical (Taxa Assistencial), discutida e aprovada em assembleia. Ou seja, num dos momentos mais difíceis para a categoria, essa turma trabalha para enfraquecer o maior instrumento de luta da própria categoria: o sindicato.
A filiação ao sindicato é um ato consciente do trabalhador para fortalecer a sua categoria e enfrentar patrões e governos que querem, cada vez mais, retirar direitos e arrochar salários, como estamos assistindo agora. É nesse exato momento que precisamos da união dos trabalhadores e o fortalecimento do sindicato. Mas os NOVOS e os VELHOS pelegos se juntam mais uma vez para negar o trabalho do sindicato e enfraquecer a luta.
Gostaríamos de propor a esses pelegos, já que o Sindisan não os representa, que façam uma negociação individual com a Deso, abrindo mão das seguintes cláusulas, conquistadas pela luta do sindicato junto com os trabalhadores conscientes:
– 5 dias de abono de faltas;
– Pagamento do salário até o 5º dia útil do mês subsequente;
– Promoções pelo PCCS 1990/2003 (voltando a ser promovido por letras a cada 5 anos e com avaliação de desempenho);
– Anuênio (voltando a receber triênio);
– Auxílio Escola;
– Plano de Saúde;
– Cartão Alimentação;
– Tirar do contracheque o Programa Alimentação, de natureza salarial;
– Acordo Coletivo por dois anos.
Abrindo mão dessas e de outras conquistas da luta sindical no nosso ACT, aí sim esses pelegos estarão sendo coerentes com o individualismo que tanto pregam e defendem. Aos demais trabalhadores, deixamos um alerta: muito cuidado com os lobos travestidos em peles de cordeiro. Vem daí, também, a referência a pelego.