29º Grito dos Excluídos defenderá o direito humano de acesso à alimentação e à água potável

Na próxima quinta-feira, 7 de setembro, feriado da Independência do Brasil, movimentos religiosos, sociais, populares e sindicais estarão nas ruas mobilizando e dialogando com a população durante a 29ª edição do Grito dos Excluídos e Excluídas, e, como de costume, a concentração será em frente à Catedral Metropolitana de Aracaju, no centro da capital sergipana, a partir das 8 horas.

Este ano, com o lema “Você tem fome e sede de quê?”, o evento acontecerá em 25 estados e a proposta é levar para as ruas e praças os gritos silenciados que vêm dos campos, porões e periferias das cidades, além de estimular reflexões e expor a necessidade de ações imediatas para garantir direitos fundamentais, como o acesso à comida e à água potável.

“Nosso objetivo é que a luta unificada dos movimentos sociais e do movimento sindical de Sergipe não se resuma a um dia apenas de protesto, mas sirva para dar visibilidade aos graves problemas sociais que a população de Sergipe enfrenta no momento”, destaca o presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT/SE), Roberto Silva.

Secretário-geral do SINDISAN, Aécio Ferreira denuncia a possível privatização da DESO

Para o secretário-geral do SINDISAN, Aécio Ferreira, este ano o Grito dos Excluídos toca numa temática bastante sensível, que é o direito humano fundamental à alimentação saudável e à água potável, em um mundo onde o capitalismo cada vez mais exclui populações inteiras do acesso a esses direitos.

“Sem essas duas coisas não há como sobreviver, mas é ainda alarmante que, em pleno século 21, existam pessoas sem garantia de acesso à alimentação diária e à água potável. Nós, do SINDISAN, defendemos esses dois direitos como fundamentais e inegociáveis, principalmente o acesso à água, pois sem ela não há como sequer produzir alimentos. Portanto, água é vida e, como sempre gostamos de frisar, ela não pode ser tratada como mercadoria, como commodities. Vamos, mais uma vez, aproveitando o Grito dos Excluídos, defender a água como direito e como bem público, contra a sua privatização”, enfatizou Aécio Ferreira.

Não à privatização da DESO

Ainda de acordo com o sindicalista, neste ponto os dirigentes do SINDISAN também irão aproveitar o espaço do Grito dos Excluídos para denunciar o plano do Governo do Estado de, possivelmente até o final do ano, estar privatizando a Companhia de Saneamento de Sergipe (DESO) por meio de concessão à iniciativa privada por 35 anos.

“Se acontecer, e nós lutaremos até o fim contra essa proposta, isso vai impactar para pior a vida dos sergipanos, especialmente dos mais pobres, porque as tarifas aumentarão, e muito, sem qualquer garantia de melhoria nos serviços ou de ampliação da cobertura. A prova disso é o que vem acontecendo em Alagoas, Rio de Janeiro, Manaus e no Tocatins, onde a população vem sofrendo horrores nas mãos das empresas privadas, que só miram nos seus lucros”, alerta o dirigente do SINDISAN.

A primeira edição do Grito foi às ruas em 1995. A proposta surgiu a partir de atividades da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), com inspiração no tema da Campanha da Fraternidade daquele ano: “Fraternidade e Excluídos”, e o lema “Eras tu, Senhor?”.

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