Acordo coletivo: avançamos, e muito!
Fechado o Acordo Coletivo com a DESO. Algumas reflexões precisam ser feitas, reflexões tanto do ponto de vista da nossa organização, quanto do ponto de vista dos rumos da DESO. Estamos próximos da realização de um novo concurso e precisamos estar preparados para uma nova realidade dentro da DESO.
Um grande passo foi dado nesta campanha salarial, porém não podemos esquecer que ainda há discrepâncias entre os trabalhadores. E neste sentido, temos que idealizar a DESO que queremos para nós, e também pra quem estar por chegar. Não podemos esquecer as promessas não cumpridas, os períodos de opressão, e os momentos de luta que nos trouxeram até aqui. E assim, cabe relembrar alguns momentos vividos nesses últimos oito anos.
No momento em que a DESO começou a contratar os empregados admitidos através do último concurso, já havia uma dívida histórica com os trabalhadores. Dívida nunca quitada! Haviam prometido revisar o Plano de Carreira para as classes salariais de 1 a 9, em 1995, e até hoje não se honrou esse compromisso.
Naquela época a DESO preferiu dar continuidade a política de apartheid que já havia, contratando os novos empregados sem uma série de direitos previstos dentro da empresa, tais como hora extra refeição, adicional noturno, cesta alimentação, gratificação de férias, licença prêmio, anuênio, assistência médico-hospitalar, turno corrido, auxílio funeral, auxílio educação, indenização por morte, fornecimento de alimentação, transporte, e nem o Plano de Carreira. Esse era o cenário naquela época.
Talvez quem tenha ingressado na DESO após 2007 não tenha a dimensão de quão dura foi a batalha até chegarmos aqui. É até um equívoco acharem que avançamos pouco. Avançamos muito, e quem está na DESO desde 2004 sabe bem o tamanho destes passos.
Durante esses oito anos passaram-se dois governos, do DEM e do PT, e nesse período toda a nossa luta foi priorizada na extensão dos direitos entre os que já estavam com os que acabaram de chegar. Até a chegada do PT ao governo, ano a ano os acordos coletivos acenavam para a diminuição das diferenças existentes entre os trabalhadores.
Porém, com a chegada de Max Montalvão à direção da DESO, houve uma freada nestas conquistas. Indicado pelo governo, o ex-sindicalista virou um gestor autoritário, e as propostas de mudanças foram esquecidas em nome da manutenção da política discriminatória. A ideia de ter um funcionário da casa na época deixou toda a categoria eufórica. Quanta decepção! Não honrou compromissos e se mostrou um desastre como gestor. Foi necessária a saída de Max para que pudéssemos retornar os avanços paralisados na sua gestão.
Agora, temos três grandes desafios pela frente: lutar pela implantação de um Plano de Carreira justo, de plano de saúde que supra as necessidades dos trabalhadores, e acolher os futuros colegas de forma adequada, priorizando um tratamento justo e igualitário.
Porém, só continuaremos avançando com a participação de todos. É hora de aparar as arestas e juntarmos forças, porque a luta a partir de agora deve ser uma só. Não podemos deixar a DESO contratar mais trabalhadores de forma precária. É o momento de assumir uma postura coesa para que todos avancem, sem ninguém ficar para trás. Chegou a hora de abandonarmos as palavras “novos” e “antigos”. Somos uma só categoria!