As crises econômicas e a teoria marxista
“A base do modo de produção capitalista é a produção de mais-valia para valorizar o capital, este entendido como valor em processo, valor que procura se valorizar, valor que entra na circulação para se multiplicar e se acumular. A mais-valia, por sua vez, é materialização de tempo de trabalho não-pago, ou rendimento de trabalho alheio acumulado. O processo de produção capitalista é, portanto, processo de produção de mais-valor. O motor da produção capitalista é a obtenção permanente de mais-valor, e a origem do mais-valor é a exploração da força de trabalho humana, decorrente da divisão de classes, fruto da forma de apropriação dos meios de produção que gera a relação antitética entre proprietários e não-proprietários dos meios de produção, isto é, capitalistas e trabalhadores.
A relação de negatividade que caracteriza a sociedade capitalista faz com que o trabalhador tenha que vender sua força de trabalho para o capitalista e dele receber um salário, fruto de um contrato aparentemente livre, mas essencialmente opressor: o contrato determina como e quanto tempo o operário deve trabalhar. O despotismo na fábrica decorre de uma necessidade do capital: a divisão do trabalho que, através dos avanços técnicos e dos graus de especialização do trabalho, faz aumentar a produtividade, acumulando mais capital.” Osvaldo Coggiola & José Martins