Com dinheiro em caixa, o que falta para a DESO aplicar em melhorias?
No último boletim do SINDISAN, denunciamos que a DESO já recebeu da Iguá Sergipe cerca de R$ 362 milhões referentes ao leilão da outorga da concessão do saneamento do estado ao qual a Companhia tem direito; entretanto, até o presente momento, a direção da Companhia não utilizou um centavo em reforma de unidades e infraestrutura para melhorar a produção de água tratada. O dinheiro, segundo informações, está parado, rendendo juros em aplicações no mercado financeiro.
Não faz o menor sentido uma empresa que tem necessidade de melhorar os seus serviços, ter esse montante de recurso disponível parado em banco, rendendo juros (para quem?), enquanto vários problemas estruturais nas unidades da capital e do interior aguardam soluções, além da necessidade de obras de ampliação. Neste sentido, o SINDISAN vem mais uma vez cobrar a direção da DESO para que faça um planejamento e os investimentos necessários para melhorar os serviços e ampliar a oferta de água tratada.
Seja no inverno ou no verão, continuam as reclamações da população com a falta de água em vários municípios. Com a chegada do inverno, a falta de água se dá pela limitada capacidade estrutural das ETA’s, que não dão conta de tratar as águas provenientes dos mananciais superficiais devido ao elevado teor de turbidez e cor, a exemplo do que ocorre nos municípios de Nossa Senhora das Dores, Riachuelo, Siriri e outros.
No verão, devido a baixa vazão dos poços artesianos, a demanda de água tratada é reduzida, a exemplo do município de Ribeirópolis e outras localidades que são atendidas também pelo sistema de poços. O setor de engenharia da DESO tem solução para resolver esses problemas, e os recursos para investimentos a Companhia também tem: o caixa está recheado com os R$ 362 milhões do valor pago pela outorga da concessão do saneamento.
O que realmente está faltando na empresa é planejamento para utilização desses recursos; mas o relógio está correndo! Em breve, com os contratos de produção de água e de interdependência assinados com a MAES e com a Iguá Sergipe, a DESO será cobrada para fornecer água tratada em grande quantidade e com boa qualidade para não correr o risco de ser multada, conforme termos constantes nos contratos.
E mais uma vez deixamos um questionamento: Será que essa inércia em melhorar a infraestrutura da DESO é deliberada, para comprometer a sua capacidade de produção e justificar, mais adiante, a privatização completa da Companhia, como já está acontecendo na vizinha Alagoas?
Fiquemos com as barbas de molho.
