Correios: perda de direitos históricos acende alerta para outras categorias
No último dia 21, os ministros do Tribunal Superior do Trabalho (TST) julgaram o dissídio coletivo dos trabalhadores dos Correios e decidiram, por 4 votos a 3, manter somente 29 das 79 cláusulas do último Acordo Coletivo, que também fora celebrado através de um dissídio no TST. Os ministros decidiram, por 5 a 2, que a Greve não foi abusiva, porém os trabalhadores vão ter que arcar com o desconto salarial de 50% dos dias parados além de compensar a outra metade.
Diante dessa decisão, que prejudicou enormemente os trabalhadores dos Correios, acende-se um sinal de alerta para as demais categorias: há uma clara propensão do TST em apoiar a retirada de direitos históricos garantidos em Acordos e Convenções Coletivas de Trabalho, isso num claro alinhamento com as políticas de destruição dos direitos dos trabalhadores, adotadas pelos governos pós-golpe de 2016 – Temer e, agora, Bolsonaro.
Há motivos de sobre para os trabalhadores da DESO, COHIDRO e SAAEs ficarem com as barbas de molho, pois o exemplo dos Correios pode vir a se repetir com outras categorias. No caso da DESO, por exemplo, o SINDISAN, com muita negociação, conseguiu ampliar a vigência do atual Acordo Coletivo, com todas as suas conquistas, até 2021; uma vitória. Mas será preciso muita força e muita mobilização para evitar que se repita na Companhia os cortes nefastos que aconteceram nos Correios, cujos trabalhadores sofrerão um corte de até 40% da remuneração.
Será preciso muita luta e trabalhar muito a consciência de classe, pois, com a política do governo que está no poder, haverá ataque sucessivos aos direitos dos trabalhadores. Não custa lembrar que boa parte dos funcionários dos Correios, de forma alienada, apoiou e pediu voto para Bolsonaro. Estão agora pagando caro por isso!