Deso: cinco anos de pura discriminação
Há cinco anos, exatamente no dia 11 de novembro de 2004, a Deso começava a assinar as primeiras carteiras dos aprovados no último concurso. A Deso só convocou os aprovados por conta do termo de ajuste e conduta (TAC) firmado junto à Procuradoria do Trabalho. Segundo o documento, a companhia deveria rescindir os contratos de terceirização e convênios com prefeituras até novembro de 2004. Se não resolvesse a questão, seria aplicada multa de R$10 mil por cada trabalhador irregular e mais R$ 500,00 por dia por trabalhador mantido em situação irregular.
Segundo denúncias recebidas pelo SINDISAN na época, a Deso submetia o pessoal a um verdadeiro regime de humilhação. Os trabalhadores concursados, no processo de entrega da documentação, enfrentavam a falta de informação e “tomavam” um verdadeiro chá de cadeira.
Era um clima de terror para que os concursados desistissem de trabalhar na Deso. Muitos deles foram mandados para as atividades de campo sem treinamento. O Acordo Coletivo 2004/2005, aprovado em 13 de dezembro de 2004, foi fechado ignorando os “novatos”.
Durante a vigência do Acordo 2004/2005, um dos funcionários recém-contratado morreu em um acidente com o carro da Deso, e a empresa negou auxílio-funeral e indenização à família.
Os novatos, que foram trabalhar em escala de revezamento, não recebiam sequer adicional noturno, horas extras e refeição, previstos na CLT. Veja a relação de benefícios que os funcionários que estavam entrando naquela época não tinham: hora extra, refeição, adicional noturno, cesta alimentação, gratificação de férias, licença prêmio, anuênio, assistência médico-hospitalar, turno corrido, auxílio funeral, indenização por morte, fornecimento de alimentação, transporte, e nem Plano de Carreira.
De lá pra cá, estamos em negociação para o nosso 6º Acordo Coletivo. Percebe-se que hoje, no “Governo das Mudanças”, no governo do combate à “mesmice”, quase nada melhorou. Apesar da multa, e da contratação de concursados, a terceirização e a contração irregular de pessoal continua solta na Deso.
Fomos enganados e precisamos reagir às falsas mudanças e a continuação da mesmice.
Discriminação é crime! Isonomia já!