Em 2013 a CUT faz 30 anos de lutas em defesa da classe trabalhadora
A luta pelo socialismo, o fortalecimento da democracia, o desenvolvimento com distribuição de renda e valorização do trabalho são marcos estratégicos nas bandeiras de lutas da CUT
Por Roberto Silva*
A CUT – Central Única dos Trabalhadores foi fundada em 28 de agosto de 1983, na cidade de São Bernardo do Campo, em São Paulo, durante o 1º Congresso Nacional da Classe Trabalhadora (CONCLAT). Naquele momento, mais de cinco mil homens e mulheres, vindos de todas as regiões do país, lotaram o galpão da extinta companhia cinematográfica Vera Cruz e imprimiam um capítulo importante da história. A CUT surgia com a tarefa de romper com o modelo econômico, social e político que vivia o Brasil entre 1964 a 1985 (ditadura civil/militar).
A ditadura civil/militar foi um período que caracterizou pela falta de democracia, supressão dos direitos constitucionais, perseguição política, repressão, censura, tortura e morte contra militantes de esquerda. Porém, no final da década de 1970 e meados dos anos 1980 inicia-se no país um amplo processo de reestruturação da sociedade. Este período registra, ao mesmo tempo, o enfraquecimento da ditadura e a reorganização de inúmeros setores da sociedade civil, que voltam aos poucos a se expressar e a se manifestar publicamente, dando início ao processo de redemocratização.
É nesse período que os trabalhadores passam a assumir a direção dos sindicatos pelegos – aliados da ditadura, iniciando um período de lutas em defesa de direitos – “novo sindicalismo”. A CUT surge, portanto, para unificar as lutas dos trabalhadores do campo e da cidade na perspectiva da luta pela construção do socialismo.
O “novo sindicalismo” surge num cenário de profundas transformações políticas, econômicas e culturais, protagonizadas essencialmente pelos movimentos sociais e sindicais. Esse é o período da retomada do processo de mobilização da classe trabalhadora. Para CUT, o sindicato deve ter atuação com liberdade e autonomia perante patrões, governos e partidos políticos, tendo como princípio fundante a defesa dos direitos dos trabalhadores.
A luta pelo socialismo, o fortalecimento da democracia, o desenvolvimento com distribuição de renda e valorização do trabalho são marcos estratégicos nas bandeiras de lutas da CUT. A defesa pela universalização dos direitos com a participação ativa da Central na construção de políticas públicas e afirmativas de vários setores e segmentos da sociedade, com destaque para mulheres, juventude, pessoas com deficiência, saúde, combate à discriminação racial e idosos sempre estiveram na pauta de luta da Central.
No campo da solidariedade internacional, a CUT tem trabalhado no desenvolvimento de estratégias conjuntas com centrais sindicais de outros países para o enfrentamento de políticas neoliberais orientadas pelos organismos internacionais de privatização, concentração de capital, altos lucros e degradação ambiental. Para a central esse modelo econômico ferem a soberania nacional e proliferam práticas especulativas, resultando na precarização das condições e relações de trabalho.
A Central Única dos Trabalhadores (CUT) surge, portanto como uma organização sindical brasileira de massas de caráter classista, autônomo e democrático, cujo compromisso é a defesa dos interesses imediatos e históricos da classe trabalhadora. Ela é baseada em princípios de igualdade e solidariedade, seus objetivos são organizar, representar sindicalmente e dirigir a luta dos trabalhadores e trabalhadoras da cidade e do campo, do setor público e privado, ativos e inativos, por melhores condições de vida e de trabalho e por uma sociedade justa e democrática.
Nos seus 30 anos de lutas, a CUT está presente em todos os ramos de atividade econômica do país e consolida-se como a maior central sindical do Brasil e na América Latina e a 5ª maior do mundo, com 3.438 entidades filiadas, 7.464.846 trabalhadoras e trabalhadores associados e 22.034.145 trabalhadoras e trabalhadores na base.
Viva a luta dos trabalhadores, viva a CUT!
* Roberto Santos é professor e vice-presidente da CUT de Sergipe