Em dia histórico, trabalhadores marcham contra a privatização da água, pela educação e por direitos
Um dia para ficar na história das lutas em Sergipe contra a privatização da água e em defesa da educação pública. Na manhã desta sexta-feira, 22, Dia Mundial da Água, trabalhadores da cidade e do campo e representações dos movimentos sindical, social, popular e de juventude, de centrais sindicais, além de vários políticos do campo progressista, uniram forças na V Caminhada da Água e na Marcha em Defesa da Valorização do Magistério, levando milhares de pessoas às ruas do centro de Aracaju.
Além da luta contra a privatização da água e por valorização dos professores e professoras, outras pautas se somaram ao ato dos trabalhadores em saneamento e do magistério, como as lutas por mais democracia, por mais direitos, contra a violência às mulheres, pela prisão dos golpistas do 8 de janeiro, contra o genocídio na Palestina e contra o extermínio do povo preto no Brasil.
A manifestação teve início em frente à sede da Companhia de Saneamento de Sergipe (Deso), com um ato público no qual várias lideranças sindicais, populares e parlamentares fizeram falas contra as privatizações da Deso e dos SAAEs, bem como em defesa das pautas dos educadores e demais trabalhadores.
Em seguida, os milhares de manifestantes tomaram as ruas em direção ao centro de Aracaju, passando por pontos estratégicos, como repartições do Governo do Estado, Câmara de Vereadores e Assembleia Legislativa, onde foram fincadas cruzes pretas, com 2 metros de altura, estampadas com mensagens exigindo direitos, respeito e valorização de professoras e professores, trabalhadores da Deso e demais trabalhadores sergipanos.
Mais de dois mil balões vermelhos também foram fixados ao longo de toda Avenida Ivo do Prado, umas das principais vias de Aracaju, com as frases “Valorize os professores/ras agora” e “Concessão da água é privatização disfarçada”.
Ato final
A grande marcha em defesa da água pública, dos educadores sergipanos e dos direitos da classe trabalhadora foi finalizada com um grande ato na Praça Fausto Cardoso, em frente da Assembleia Legislativa de Sergipe.
Para o presidente do SINDISAN, Silvio Sá, a V Caminhada da Água ficará marcada pela grande força que mostrou, agregando várias entidades e representações à luta em defesa da água como direito e contra as privatizações.
“Essa Caminhada ficará de fato na história pela grande mobilização e grande participação de diversos movimentos e categorias, principalmente a do magistério, a quem quero agradecer. A mensagem foi passada. O povo sergipano está cada vez mais entendendo a gravidade que será a privatização da água e do saneamento, e a mensagem que fica é: governador Fábio Mitidieri, não privatize a Deso, não privatize os SAAEs, não privatize a água dos sergipanos, porque este será o ato mais danoso da sua gestão e o povo de Sergipe não vai aceitar essa entrega de um bem tão precioso como a água para a iniciativa privada”, afirmou Silvio.
Roberto Silva, presidente do SINTESE e da CUT-SE, destacou a unidade dos trabalhadores nas lutas em defesa da educação pública e da água pública.
“Aqui congregamos as pautas pela valorização dos professores, contra a privatização e o desmonte das políticas de educação, junto com a luta contra a privatização da água. Essas são pautas de interesse do povo sergipano, tanto a melhoria da educação quanto a manutenção da água como bem público. Então, essa marcha de hoje vai ficar marcada na história de Sergipe pela unidade dos trabalhadores contra as privatizações e em defesa da educação pública e da água pública”, enfatizou.
Dirigente do SINDISAN e da Federação Nacional dos Urbanitários (FNU), Iara Nascimento, também destacou a força da Caminhada e Marcha dos trabalhadores.
“Hoje foi um dia muito significativo para todos nós trabalhadores urbanitários. A luta contra as privatizações e o desmonte das companhias de saneamento é nacional e, aqui em Sergipe, o governo ‘Tá-que-tá’ quer acabar com tudo que é público. Então, hoje é um dia para ficar na história pela força que mostramos nas ruas, na luta contra a privatização da água, por valorização do magistério e contra a violência à mulher”, externou a sindicalista.