Ingerência política só prejudica o andamento dos serviços na DESO
Na contramão do caminho para estabelecer critérios de eficiência na formação de profissionais capacitados oriundos de seu próprio quadro funcional, o Governo do Estado deveria investir na criação de ferramentas que evitassem a ingerência política na gestão técnica.
Em vez de incentivar a prata da casa, este mesmo governo, que adora rotular servidor, diante da mídia, de ineficientes, sempre que pode, intervém de forma negativa na Deso, mostrando claramente que não há nenhum interesse em moralizar esta estatal.
Ao abrir espaço para indicações políticas dentro da Deso, essa medida compromete severamente a Companhia e a qualidade do serviço público a ser ofertado à população.
Primeiro porque, pelo critério do apadrinhamento político, nunca se sabe quais tipos de “contrapartidas” este servidor irá ter que oferecer ao seu protetor; segundo, que esses apadrinhados, em sua maioria, não detém o mínimo de conhecimento técnico para exercer as funções para a qual foi indicado. E o pior, geralmente, esses apadrinhados já entram na Companhia na condição de “chefes”, prestando satisfação somente àquele que lhe deu a colocação.
Por fim, como não faz parte do quadro efetivo da Deso, esses protegidos, ressalvadas as exceções, costumam destilar toda a sua ira nos profissionais que estão sob o seu comando, advindo daí toda sorte de assédio moral, comprometendo ainda mais a qualidade dos serviços.
Vejamos o caso prático da cidade de Itabaiana, onde, por indicação ou imposição de um “cacique político” forte na Assembleia Legislativa do Estado, destituiu-se um funcionário, com conhecimento pleno do serviço e reconhecido em toda área onde atuava (no caso, a área comercial, um ponto sensível da Companhia), para em seu lugar colocar esse outro indicado político.
O SINDISAN, então, questiona: há seriedade neste tipo de nomeação? Será que há algum interesse, por parte deste cacique político, que a Deso saia definitivamente da crise de credibilidade em que se encontra perante a sociedade, crise esta causada por estes mesmos que fazem estas indicações?
Por outro lado, a alta direção da Deso nunca questiona nada, simplesmente abaixa a cabeça e acata tudo que vem dos poderes políticos. Nunca enfrenta essa realidade e mostra os malefícios destas nomeações, a maioria altamente prejudicial ao bom andamento da gestão pública. Impossível melhorar algo nessas condições.