Nota Pública do Sindisan
Diante do acidente ocorrido na tarde de ontem (06), com a queda de uma caixa d’água sobre o telhado da Escola Municipal Professor Osman dos Santos Oliveira, no Povoado Campo Grande, município de Nossa Senhora das Dores, e que ceifou a vida de duas crianças e deixou várias outras feridas, o SINDISAN – Sindicato dos Trabalhadores na Indústria de Purificação e Distribuição de Água e Serviços de Esgotos de Sergipe – vem a público lamentar profundamente o ocorrido, que vitimou crianças, mas poderiam ter sido vítimas populares ou mesmo trabalhadores da própria Companhia.
Para o SINDISAN, o acidente em Dores poderia ter sido evitado. Há tempos que a direção do Sindicato vem alertando à direção da Deso sobre as precárias condições estruturais e de trabalho em várias de suas unidades, algumas na Capital e muitas no Interior, em especial, a situação perigosa de vários reservatórios elevados.
Não foram poucos os alertas que a direção do SINDISAN fez, após as visitas rotineiras que faz às regionais da Deso, sobre esta situação, em especial, mostrando a precariedade de várias estruturas através de fotos, denunciando a situação no seu site e no boletim informativo Água Quente, sempre cobrando providências urgentes da Companhia e alertando que um grave acidente poderia ocorrer a qualquer momento.
Alertas semelhantes foram feitos pelo Sindicato a respeito das estruturas das adutoras, lembrando que a Deso, há alguns anos, mantinha uma equipe de manutenção preventiva percorrendo toda a extensão das adutoras. Essa equipe foi simplesmente extinta por “contenção de despesas”. Pouco tempo depois, a ponte de Pedra Branca, por onde passa a Adutora do São Francisco, ruiu por falta de manutenção, colapsando o sistema de abastecimento de água da Grande Aracaju.
Importante ressaltar que o SINDISAN também sempre alertou a sociedade sergipana sobre o crescente processo de sucateamento e de desvalorização da Deso, governo após governo, com o propósito escuso de inviabilizar a Companhia e preparar o cenário para sua possível privatização, o que está sendo feito, neste momento, pelo Governo do Estado.
Infelizmente, diante desse contexto nefasto de sucateamento e da inércia de alguns, vidas se perderam. Não podemos mais aceitar que esta realidade perdure.
Neste sentido, o SINDISAN vem cobrar da direção da Deso investigação imparcial sobre as causas do acidente, punição dos responsáveis e que a Companhia execute, imediatamente, uma completa vistoria em todos os seus reservatórios e que o Governo do Estado, acionista majoritário da Deso, faça a sua parte e busque recursos federais para a recuperação das unidades que necessitam de reformas urgentes.
A Direção do SINDISAN