Perdemos dois grandes companheiros de lutas
O SINDISAN e a categoria dos urbanitários de Sergipe e do Brasil perderam dois grandes lutadores nos últimos dias. No dia 11 de julho, partiu o colega Jailson Fernandes Bezerra, o Peito de Aço, como era carinhosamente conhecido; e no dia 16 de julho, nos deixou o companheiro Jorge da Silva Tupinambá, o nosso Tupi.
O camarada Peito de Aço sempre foi uma figura muito querida na DESO até a sua aposentadoria. Foi dirigente do SINDISAN de 1987 até 2008. Na famosa greve de 1987, surgiu como uma grande liderança junto à “peãozada da vala”. Ainda não existiam os distritos operacionais e todos os ditos “peões” ficavam na sede, no setor conhecido como “Galpão de Gabriel”, que coordenava o setor.
Peito de Aço se destacou nessa greve por chegar todas as manhãs, em frente a cantina, pegava o microfone e berrava a todos pulmões: “Olha a hora, companheiros! Está na hora! Vamos à luta!” Sua voz forte era um ânimo a mais para a companheirada participar ativamente da greve. Ele não só foi ativo nessa greve, como em todas as grandes greves na DESO, nas manifestações do 1º de Maio e nos eventos promovidos pelo SINDISAN, inclusive fora do estado, como em Brasília, na defesa do saneamento público.
Já o companheiro Tupi dispensa adjetivos. O seu tamanho, altivez e potência na voz eram o seu cartão de visita. Foi dirigente do SINDISAN de 1987 a 1991 e de 2008 até o seu falecimento. Foi, sem sombra de dúvida, um dos quadros mais atuantes do sindicato desde a sua fundação.
No primeiro período em que foi dirigente sindical, os sindicatos eram muito solidários e atuantes, enfrentando ainda os resquícios da ditadura militar e seus governos nos estados. Mesmo nesse período, Tupi sempre foi um dirigente de destaque, com seus discursos fortes e sempre classistas. Participou de todas as greves na DESO e até fora do estado, como a participação na dura greve dos trabalhadores químicos, em São Paulo, e até mais recentemente, na greve dos metalúrgicos de Campinas.
Tupi sempre participou de todas as atividades do sindicato, da CUT e das lutas dos movimentos sindical e social. Depois de uma pausa, voltou com toda força para a direção do SINDISAN por insistência do companheiro Sérgio Passos, que encabeçou uma chapa para retomar o sindicato para a luta e voltar a colocá-lo no centro da luta classista.
Tupi não só topou a empreitada como participou ativamente de todas as lutas que vieram, sempre dando uma verdadeira lição aos mais novos, de garra, disposição, concepção classista e compromisso com as bandeiras históricas da classe trabalhadora e dos urbanitários. Provou, como bom marxista, que só se deixa a luta com a morte. Até seus últimos dias , ainda passava no SINDISAN para se enteirar das questões sindicais.
Camarada Peito de Ação, camarada Tupi, presentes! Hoje e sempre!
