SINDISAN mobiliza trabalhadores contra pacote de maldades dos governos Federal e Estadual
Com o objetivo de alertar os trabalhadores para o pacote de maldades do Governo Federal, que ataca direitos e conquistas históricas da classe trabalhadora, e o plano de privatizações em andamento, que inclui o setor de saneamento, o SINDISAN realizou um ato, na manhã desta quarta-feira (05), no pátio da Companhia de Saneamento de Sergipe (Deso).
Reforma da Previdência, atingindo em cheio as futuras aposentadorias; retirada de direitos com a terceirização irrestrita, prevalência do negociado sobre o legislado, e flexibilização do contrato de trabalho; reforma regressiva do Estado, com as PEC 241 e PLP 257; e avanço das PPP’s (Parcerias Público-Privadas) e PPI’s (Programa de Parcerias de Investimento) e avanço das demais formas de privatização na área do Saneamento Básico foram algumas das pautas levadas pelo SINDISAN.
“Os trabalhadores não podem ter ilusão. Vem uma onda de ataques aos nossos direitos e o futuro da Deso também está em jogo. Precisamos estar conscientes e mobilizados para enfrentar o pacote de maldades do governo federal contra os trabalhadores e contra as empresas públicas. A ordem deste governo, que representa o grande capital internacional, é diminuir direitos, diminuir o Estado e privatizar tudo o que puder, a começar pelas estatais. Só os trabalhadores nas ruas, dialogando com a sociedade sobre esses ataques, para impedir a entrega do nosso patrimônio público e a redução de direitos duramente conquistados”, apontou Sérgio Passos, presidente do SINDISAN.
“Patrão e governos só respeitam trabalhadores parados e mobilizados”, disse, ressaltando que o ato de hoje é o início da mobilização para uma greve geral nacional, que está sendo construída para os dias 8, 9 e 10 de novembro.
Sucatear para privatizar
O diretor de Formação do Sindicato, Jorge Tupi, foi enfático: estão sucateando a Deso há muito tempo para favorecer exatamente a sua privatização. “Isso está claro. A Deso há muito tempo que vem sendo abandonada pelo Governo do Estado. Falta tudo para os trabalhadores da Companhia exercerem com dignidade as suas atividades. Faltam materiais básicos para uma simples ligação de água, que demora até quatro meses para ser feita. Os serviços quase todos estão sendo terceirizados e essas terceirizadas não fazem o seu trabalho e quem sofre são os trabalhadores efetivos da Deso, que são chamados de preguiçosos pela população”, disse o dirigente, criticando as gestões da Companhia.
“O que falta é gestão. Por falta de estrutura, que a Deso não oferece, os trabalhadores ficam sem ter o que fazer para atender a população. Isso é política deliberada para colocar a população contra os trabalhadores, contra a Deso e a favor da privatização. E privatização não é solução. Privatização é demissão em massa”, alertou o sindicalista. “Além disso, querem mexer na Previdência, nas nossas aposentadorias, querem que homens e mulheres trabalhem até os 70 anos, e com o negociado prevalecendo sobre o legislado, para poder impedirem até mesmo que o trabalhador tenha direito ao seu Fundo de Garantia quando for demitido. Temos que ir para as ruas contra tudo isso”, completou.
Sérgio Passos lembra, ainda, que por ser um setor estratégico e rentável, grandes grupos internacionais, em especial, algumas gigantes do ramo de bebidas e alimentos, estão de olho no setor de saneamento brasileiro. E com a sinalização do governo Temer para a privatização em massa das estatais, combinando com a PLP 257, que permite que os governos estaduais renegociem suas dívidas com a União pagando essas dívidas com a venda de ativos das suas empresas públicas, a sanha desses grandes grupos econômicos só aumenta.
“Não adianta o Governo de Sergipe afirmar nos meios de comunicação que não vai privatizar a Deso nem outras empresas públicas, porque a verdade é que o Governo Federal quer o pagamento das dívidas do estado com a entrega de tudo o que puder para o capital privado e estrangeiro. Isso está claro. O governo Temer não veio para outra coisa. Precisamos unir nossas forças e dialogar com a população sobre os riscos que isso representa. Nenhuma empresa privada vai querer investir onde ela não tenha certeza que vai ter lucro. Aliás, as empresas privadas que já conseguiram concessões no Brasil investem quase nada em saneamento. Os dados mostram isso. E quem perde é a população mais carente, que será privada de água e esgotamento sanitário com tarifa acessível. Precisamos defender a Deso como patrimônio público do povo sergipano”, concluiu o presidente do SINDISAN.