Voto tem consequências!
Chegamos em um momento decisivo para Sergipe e para o Brasil. No próximo dia 28, os eleitores irão escolher, em segundo turno, seus governantes nos próximos quatro anos. Assim, como apontamos no editorial da edição anterior do Água Quente, o eleitorado, em especial, os trabalhadores, precisam estar conscientes que o seu voto decidirá qual o modelo de governo que desejam ver implementado: o que já está aí, em andamento, de Estado mínimo, que retira direitos, acelera as privatizações e é voltado para os interesses do grande capital e dos mais ricos; ou de um Estado forte, que atue para ampliar direitos, gerar empregos, distribuir renda e diminuir as desigualdades econômicas e sociais.
A classe trabalhadora precisa ter clareza que o que está em jogo são os seus direitos e as suas conquistas históricas, que vêm sendo destruídos desde o golpe de 2016. Há dois projetos claros e antagônicos em disputa, e um deles é neoliberal ao extremo; ou seja, colocará em prática um projeto de aceleração da retirada de direitos sociais e trabalhistas, de aceleração das privatizações, da precarização do mundo do trabalho e de cerceamento das liberdades civis e de organização sindical e social, com recrudescimento do aparato de segurança do Estado contra as manifestações populares e dos trabalhadores.
Os discursos de ódio às minorias, aos nordestinos, aos negros, às mulheres e aos que são de esquerda, proferidos durante toda a campanha de um dos candidatos que chegou ao segundo turno da corrida presidencial, vêm provocando uma crescente onda de violência que preocupa a todos os que defendem o diálogo e a democracia. Quem conhece um pouco de história sabe que, em momentos de crises econômicas agudas, o capitalismo tende a gerar figuras messiânicas que, com discursos bem elaborados e virulentos de “caça a culpados” e soluções simplistas, acabam iludindo as massas, que terminam por abrir uma brecha para um monstro chamado “fascismo”, que se traduz em ditadura.
Diante dessa flagrante ameaça à nossa jovem democracia, o SINDISAN não poderia ficar omisso, cabendo aqui alertar os trabalhadores e trabalhadoras sobre esse perigo iminente e pedir muita reflexão sobre o seu voto no próximo dia 28 de outubro. Compare a fundo os perfis dos dois candidatos, avalie seus passados e as suas propostas para o país e, em especial, para a classe trabalhadora; veja o que defendem relativamente à reforma trabalhista, à reforma da previdência, à terceirização irrestrita, às privatizações, ao setor de saneamento, ao Pré-sal, às nossas riquezas naturais, às políticas públicas de inclusão social e, claro, o seu compromisso com o Estado Democrático de Direito.
Voto tem consequências, para esta e para as futuras gerações. Pense nisso!