Graças à DESO e aos SAAEs, Sergipe é o primeiro no Nordeste em acesso à água e à rede de esgoto
Contradizendo o discurso dos que defendem a privatização, Censo 2022 do IBGE aponta que o estado de Sergipe tem os melhores índices de acesso à água e a esgotamento sanitário da região
Os dados do “Censo 2022: Características dos domicílios – Resultados do universo”, divulgados recentemente pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mostram uma realidade totalmente diferente da que vem sendo propagada pelo governador Fábio Mitidieri (PSD) na tentativa de justificar a privatização da Companhia de Saneamento de Sergipe (DESO) e dos Serviços Autônomos de Água e Esgoto (SAAEs) de Carmópolis, Capela, Estância e São Cristóvão. Em entrevistas, o governador tem defendido que tanto a estatal sergipana quanto as quatro autarquias municipais não têm capacidade técnica nem financeira para alcançar as metas estabelecidas pelo novo marco regulatório do saneamento – atender com água potável 99% da população e com coleta e tratamento de esgotos 90% até 2033 – e por isso irá privatizar parte desses serviços por 35 anos.
Contradizendo esse discurso privatista, os números do IBGE apontam que Sergipe vem avançando ao longo dos anos e aparece em primeiro no Nordeste em índices de acesso à água e à rede de coleta de esgotos, exatamente os serviços operados pela DESO e pelos SAAEs, apesar de todo a política de desinvestimentos e de sucateamento nos últimos governos. Em 2022, aponta o estudo, dos 782.919 domicílios de Sergipe, 92,9% possuíam água canalizada, superando a média da região Nordeste, que é de 89,2%, e colocando o estado na 14ª posição do ranking nacional.
Em relação a esgotamento sanitário, Sergipe destaca-se nacionalmente como o estado da região Nordeste com o maior percentual (53,7%) de domicílios conectados a uma rede de esgoto, seja geral, pluvial ou fossa séptica, ocupando, no ranking nacional, a 9ª posição no Censo de 2022, saltando duas posições em relação ao Censo de 2010, no qual aparecia na 11ª posição.
Ainda de acordo com a pesquisa, a rede geral de distribuição de água – via DESO e SAAEs – foi a principal forma de abastecimento de água para 85,3% dos domicílios sergipanos, onde residiam 1,9 milhão de pessoas. No Brasil, o percentual foi de 82,9% e, no Nordeste, de 76,3%. Mais uma vez, Sergipe aparece como destaque.
Contra os argumentos privatistas
Para Sérgio Passos, dirigente do SINDISAN, os números do IBGE batem de frente com a campanha sistemática que vem sendo produzida para fazer a população sergipana crer numa ineficiência dos serviços prestados pela DESO e pelos SAAEs, inclusive atacando os seus trabalhadores. Tudo para justificar a entrega do abastecimento de água e do esgotamento sanitário para a iniciativa privada. De acordo com Sérgio, alardeia-se uma suposta incapacidade técnica e financeira da DESO e dos SAAEs para alcançar as metas de universalização estabelecidas pelo novo marco regulatório do saneamento, mas os números do IBGE apontam outra realidade.
“Não se atira pedras em árvore que não dá frutos, já diz o ditado. Esses dados desmontam totalmente os argumentos do governador Fábio Mitidieri e daqueles que vivem a alardear que a DESO e os SAAEs não prestam bons serviços e que não têm capacidade de universalizar o abastecimento de água e o esgotamento sanitário em Sergipe, e que por esta razão seria preciso entregar as concessões ao capital privado. Números não mentem, e os dados do IBGE só comprovam o que a gente vem dizendo há algum tempo: a DESO e os SAAEs públicos têm plena capacidade técnica e financeira para fazer avançar o acesso à água e ao esgotamento sanitário no estado e prestar bons serviços à população sergipana, bastando para isso vontade política, gestão e investimentos”, avalia Sérgio Passos.
“Portanto, é preciso alertar a população sobre o que está em jogo e questionar de forma contundente o governador Fábio Mitidieri sobre o que de fato está por trás dessa sua sanha de entregar a DESO e os SAAEs à iniciativa privada, transformando em mercadorias serviços que são direitos da população e estratégicos para o desenvolvimento do estado”, afirma o dirigente.