Privatizar o saneamento não é panaceia
Em entrevista ao jornal O Globo, reproduzida pelo Jornal da Cidade, o relator da ONU para o Direito Humano à Água e ao Esgotamento Sanitário e pesquisar da Fiocruz-Minas, Léo Heller, diz que a privatização não é uma panaceia e que a experiência internacional mostra problemas que deveriam ser considerados pelo governo brasileiro.
Na entrevista, ele afirma que experiências de privatização do setor de saneamento fracassaram em várias partes do mundo e geraram o cancelamento ou não renovação de contratos e a remunicipalização dos serviços.
“Um levantamento recente mostrou a ocorrência de 235 casos de remunicipalização, em 37 países, nos últimos nove anos, havendo casos emblemáticos, como os de Paris e de Buenos Aires. Além disso, o modelo privado está longe de ser o modelo predominante na quase totalidade dos países, inclusive os Estados Unidos”, aponta Heller.
Ainda segundo o relator da ONU, “no caso das propostas do governo brasileiro, chama a atenção não se ancorarem em uma avaliação prévia das experiências internacionais desde os anos 1980. Entendo que a formulação de novos modelos de políticas públicas deveria ser minimamente baseada em evidências e não ser fruto de meras opiniões ou preferências ideológicas. Na academia, não iniciamos nenhuma proposta nova sem uma ampla e aprofundada revisão da literatura…”, explica o pesquisador.
Leia entrevista completa aqui: http://migre.me/v5XpP