Em mais uma ação que contou com o apoio do Sindisan, os servidores da Cohidro voltaram a paralisar suas atividades, nesta terça-feira, 28/08, na luta que vêm travando com a direção da companhia contra o corte nos salários determinado pela Justiça.

O sindicato sempre defendeu a formação de uma comissão para avaliar caso a caso a situação salarial dos servidores. Infelizmente, no último dia 31/07, os salários dos servidores foram mesmo cortados, com perdas para muitos de R$ 500 a R$ 8 mil, e o desespero tomou conta dos trabalhadores.

O presidente do sindicato, Sérgio Passos, destaca que o desejo dos trabalhadores e a luta do sindicato era pela negociação, e aguardavam a formação da comissão por parte da direção da Cohidro. Mas esbarraram na má vontade da sua presidência em negociar com a categoria.

“Essa comissão iria analisar a situação dos servidores de forma individualizada. Cortar simplesmente os salários de todo mundo não foi a melhor forma, já que muitos tiveram cortes de até 70% dos salários, o que vai afetar muito suas vidas e a de seus familiares. Nunca é demais repetir: o servidor não pode ser penalizado pelo erro de administrações passadas”, afirma Passos.

Sucateamento

A categoria e o Sindisan aproveitaram o ato para denunciar o sucateamento de caminhões e tratores da companhia, todos inutilizados e estacionados no pátio por falta de uma política de valorização da Cohidro. Se valendo das velhas desculpas de sempre, a direção da Cohidro diz que o problema é por conta dos mais de 20 anos de uso dos equipamentos. E entra governo e sai governo, pouco ou quase nada se faz para mudar essa realidade.

“São caminhões e tratores sucateados e abandonados. Se tivessem um projeto para a agricultura e para a companhia, não deixavam o patrimônio da Cohidro ficar nessa situação degradante”, diz Passos.

E é bom a categoria ficar atenta. Nessa onda das fundações públicas de direito privado, que o governo Déda está implementando, a informação é de que a intenção da atual direção da Cohidro é terceirização tanto na área de perfuração de poços quanto na área dos perímetros irrigados.

Em lugar de valorizar a companhia com investimentos em pessoal e maquinário, o “Governo da Mudança” escancara as portas para a privatização disfarçada. É preciso ficar de olho e denunciar essa prática danosa, onde o Estado abre mão da sua responsabilidade de servir à sociedade pagando caro à iniciativa privada para que faça isso por ele.