Unidade e resistência: urbanitários reafirmam a luta pelo saneamento público
Reunindo representantes de 15 estados, o evento mostrou que, apesar das dificuldades e do avanço das privatizações, seguimos de pé, com coragem e unidade, para defender um direito essencial à vida. A presença da FNU, Fenatema, CTB, CNU, CNTI, Frente Nacional pelo Saneamento Ambiental, ONDAS e federações regionais, com o apoio do Sintaema-SP, consolidou uma frente ampla e combativa em defesa do saneamento público e contra a entrega do patrimônio coletivo aos interesses privados.
O seminário foi um marco importante nesse processo de resistência. Debatemos os efeitos perversos do novo marco do saneamento (Lei 14.026/2020), que aprofundou a mercantilização da água, gerando tarifas abusivas, demissões em massa e exclusão das populações mais pobres. Também reafirmamos o papel estratégico que o Estado e as empresas públicas devem cumprir — com o BNDES atuando em favor do desenvolvimento nacional, e não do capital financeiro.
A aprovação, por aclamação, do Plano Nacional de Lutas 2026 foi o grande resultado político do encontro. Esse documento orienta nossas ações para os próximos anos e reafirma que a luta pelo saneamento público é parte da luta maior pela soberania, pela democracia e pelos direitos sociais. O plano traz diretrizes claras: revogação da Lei 14.026/2020; reestatização das empresas privatizadas; valorização das empresas públicas e do papel do Estado; reposicionamento do BNDES como instrumento de desenvolvimento social; mobilização nacional em torno da reeleição do presidente Lula e da renovação do Congresso, para garantir políticas públicas voltadas ao povo.
Essas metas não são apenas bandeiras do movimento sindical — são compromissos com o futuro do país. O que está em jogo é a soberania nacional, a dignidade da população e a capacidade do Brasil de garantir que nenhum brasileiro ou brasileira seja privado de um bem essencial como a água.
A privatização não é solução. É retrocesso. Onde foi implantada, trouxe aumento de tarifas, precarização do serviço e abandono das periferias. Por isso, resistir é mais do que uma opção: é um dever de classe e de cidadania.
A FNU, com seus sindicatos filiados e federações regionais, segue na linha de frente dessa luta, reafirmando seu compromisso histórico com os trabalhadores e com o povo brasileiro. O seminário mostrou que unidade, coragem e mobilização são as chaves para derrotar o modelo privatista e reconstruir um projeto público de saneamento, inclusivo e democrático.
O futuro do saneamento é público, democrático e comprometido com a vida. E essa luta segue — com força, consciência e organização.
*Iara Nascimento é Secretária Geral da FNU – Federação Nacional dos Urbanitários Diretoria de Administração e Finanças – Sindisan-SE Secretária de Administração e Finanças – CUT Sergipe.
