Nossa solidariedade aos que estão deixando a DESO
A história do regime capitalista ao qual estamos submetidos desde século XV, com o esfacelamento do Regime Feudal, e acelerado com o advento da Revolução Industrial, não deixa margem para interpretações: trata-se da exploração máxima do homem pelo homem apenas para a geração de lucro e acumulação de riquezas para alguns poucos usufruírem. E a peça descartável dessa engrenagem perversa é o trabalhador, aquele que tem apenas a sua força de trabalho para vender. Os tempos são outros, mas a lógica é a mesma.
É só pegarmos a recente demissão de 585 trabalhadores e trabalhadoras da DESO dentro de um dos processos de transferência de riqueza do Estado para o controle de uns poucos: a privatização, que, neste momento de movimentação do grande capital internacional, a bola da vez é o saneamento. E nesse processo, mais uma vez os trabalhadores são as peças de “descarte” do sistema.
Lamentamos sobremaneira a saída desses valorosos companheiros e companheiras, que dedicaram suas vidas a essa empresa pública, e a forma como se deu as demissões, que de voluntária não teve nada, mas foram fruto da política de pressão psicológica desde que o privatista Fábio Mitidieri – de família de empresários que não abre mão do Estado para ver seus negócios avançarem – assumiu como governador.
A pressão do rolo compressor do governo para entregar parte da DESO à iniciativa privada foi tanta que não poupou ninguém: nem velhos, nem novos, e companheiros com 10, 20, 30, 40 anos ou mais de empresa, aderiram: 233 em janeiro e 352 este mês.
No capitalismo é assim: trabalhador não é tratado como ser humano, mas como mera peça descartável, porque não tem controle sobre os meios de produção, que estão nas mãos de poucos – seja da burguesia capitalista, seja na burocracia estatal ocupada por representantes dos interesses da burguesia.
Infelizmente, muitos trabalhadores não têm consciência de que são eles os verdadeiros produtores de todas as riquezas da sociedade e dão crédito aos patrões, parasitas ociosos que controlam com mãos de ferro os meios de produção e a vida dos trabalhadores através do sistema político, judiciário e midiático.
Queremos agradecer a estes 585 trabalhadores e trabalhadoras, cuja maioria participou ativamente das lutas, junto com o SINDISAN, por avanços nos direitos da nossa categoria, nunca esquecendo as várias e históricas greves que realizamos (de 87 a 91), e pelo fortalecimento da DESO, a ponto de ela hoje figurar entre as melhores companhias de saneamento públicas do país, e isso nenhum político ordinário e privatista há de apagar.
As portas do SINDISAN sempre estarão abertas para vocês, companheiros/as!